A presidente da Federação Paraibana de Futebol (FPF-PB), Michelle Ramalho, figura entre os 19 dirigentes estaduais que assinaram um manifesto público pela renovação do futebol brasileiro. O documento foi divulgado poucas horas após o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), marcando o início de uma nova articulação política nos bastidores da entidade.
Sem mencionar diretamente Ednaldo, o texto defende estabilidade institucional, descentralização administrativa e práticas mais modernas na gestão da CBF. A adesão de Michelle ao grupo evidencia o isolamento político do ex-presidente, que, apesar de ter reunido aliados no início da semana, não conseguiu manter apoio público suficiente para sustentar sua permanência.
O manifesto conta com o respaldo de federações influentes, como as do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná e Goiás. Os signatários defendem a construção de uma nova candidatura à presidência da CBF, comprometida com governança, eficiência e abertura à participação das federações. Ainda sem um nome definido, o grupo espera que a eleição ocorra nos próximos dias, sob convocação de Fernando Sarney, interventor nomeado pela Justiça e vice-presidente mais antigo da entidade.
A mudança de posição de Michelle Ramalho, que anteriormente mantinha boa relação com Ednaldo Rodrigues, sinaliza um reposicionamento estratégico da dirigente paraibana no cenário político do futebol nacional. Agora, ela se alinha a um bloco que promete romper com o ciclo de centralização de poder e instabilidade na CBF.
Enquanto isso, Ednaldo Rodrigues tenta reverter sua saída por meio de recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF), após nova decisão contrária do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. No comando interino, Fernando Sarney já afirmou que convocará eleições “o mais rápido possível”, sem interferir em decisões técnicas ou contratuais da entidade.
MANIFESTO PELA ESTABILIDADE, RENOVAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO DO FUTEBOL BRASILEIRO – 15 DE MAIO DE 2025
O futebol brasileiro vive um momento decisivo. É urgente enfrentar desafios estruturais que, há anos, limitam o potencial do nosso esporte. Precisamos de um calendário equilibrado, arbitragem profissionalizada, gramados de qualidade, segurança nos estádios e competições fortalecidas.
Para isso, é essencial garantir estabilidade institucional à CBF. É necessário virar a página da judicialização e da instabilidade que, há mais de uma década, comprometem o bom funcionamento da entidade e o avanço do futebol nacional. Também é o momento de resgatar a autonomia interna da CBF, hoje sufocada por uma estrutura excessivamente centralizada e desconectada das instâncias que compõem o ecossistema do futebol brasileiro.
Além da estabilidade, o cenário exige uma renovação de ideias, práticas e lideranças, bem como a profissionalização definitiva das estruturas de gestão. A CBF precisa ser exemplo de governança, eficiência e transparência. Deve voltar a ser a casa de todos que constroem o futebol brasileiro, com um ambiente saudável, inspirador e descentralizado, em que cada um possa contribuir ativamente para a evolução do esporte, verdadeiro patrimônio nacional.
Unidos por esse propósito, assumimos o compromisso de construir uma candidatura à Presidência e Vice-Presidências da CBF, comprometida com um novo ciclo para o futebol brasileiro: mais democrático, integrado e aberto à participação de todos. Queremos uma CBF forte, respeitada internamente e admirada externamente — e novamente amada por todos que fazem do futebol a alma do nosso país.
Redação