Nem o capacete de gelo que Aguinaldo mantém permanentemente em sua cabeça tem conseguido manter a temperatura glacial que seus nervos precisam para não errar os passos a seguir.
Durante muito tempo ele alimentou o ponto de interrogação familiar sobre o ingresso de novos Ribeiros na política com um olhar à frente na sucessão natural do pai, Enivaldo.
Poucos sabem, mas o avô Aguinaldo Veloso Borges, líder do Grupo da Várzea, usineiros que dominaram a cena política nos anos 60, confiou ao neto a administração do seu espólio, protegendo a fortuna das filhas impulsivas e dos genros assodados, especialmente Aécio Pereira e Enivaldo Ribeiro.
Herdeiro do nome e gestor do espólio, Aguinaldo foi desde o berço preparado para um dia ser governador.
Acontece que Daniella foi sendo tentada e, mesmo a contragosto dele e do pai, se impôs pelo carisma inexistente no irmão e chegou a senadora, enquanto o frio Aguinaldo ficou na Câmara Baixa, que pese o fato de já ter sido Ministro das Cidades .
Acontece que se Aguinaldo não ascender agora para um cargo majoritário, podendo ser senador ou vice, em 2026 ele e Daniela enfrentarão um drama, pois a irmã dificilmente se reelege e terá que recuar ou para deputado federal ou para estadual.
Isso quer dizer que, se Aguinaldo perder, a família Ribeiro terá que descer degraus em 2026, o que para os planos e pretensão seria um baque.
Daniella e Aguinaldo sonham com o mesmo cargo, o de governador, mas com Aguinaldo disputando o Senado agora a irmã terá que ficar em standby.
Aguinaldo, a preço de hoje, não se elege senador e precisaria de um cenário de cavalo selado para saltar com segurança, pois sabe que ficar sem mandato compromete seu futuro.
Dércio Alcântara