A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (28), três operações simultâneas — denominadas Quasar, Tank e Carbono Oculto — com o objetivo de desarticular um esquema bilionário de lavagem de dinheiro e fraudes na cadeia de combustíveis, envolvendo o Primeiro Comando da Capital (PCC) e outras organizações criminosas.
As ações ocorrem em oito estados e mobilizam mais de 1.400 agentes federais em conjunto com a Receita Federal e o Ministério Público.
Esquema bilionário
De acordo com a investigação, o grupo teria movimentado de forma irregular mais de R$ 23 bilhões, com uma sonegação fiscal estimada em R$ 7,6 bilhões em tributos.
A rede criminosa atuava em diversas frentes:
postos de combustíveis e distribuidoras, usados para adulteração de produtos e emissão de notas fiscais frias;
empresas de fachada e fintechs, para ocultação de lucros e movimentação de recursos;
usinas de etanol, que eram integradas ao esquema de fraude tributária e contábil.
A estrutura permitia que o dinheiro ilícito fosse “lavado” por meio de investimentos, fraudes fiscais e adulteração de combustíveis, abastecendo tanto os cofres de empresários envolvidos quanto de facções criminosas.
Bloqueio de bens e medidas judiciais
As operações resultaram no cumprimento de mandados de busca e apreensão, bloqueio de bens, quebras de sigilo bancário e fiscal e sequestro de ativos.
Na Operação Quasar, o bloqueio judicial pode chegar a R$ 1,2 bilhão, valor correspondente ao patrimônio identificado como ligado diretamente às fraudes.
Relevância
Segundo a PF, o impacto econômico do esquema é comparável a grandes fraudes financeiras já investigadas no país, atingindo diretamente o setor energético e causando graves prejuízos à arrecadação de tributos e à concorrência no mercado de combustíveis.
As investigações seguem em andamento para identificar todos os beneficiários da rede criminosa e aprofundar a apuração das conexões com organizações como o PCC.