Dos 12 cenários eleitorais testados pelas pesquisas de intenção de voto publicadas ao longo desta semana, 11 apontam que a disputa pela Presidência da República avança para o segundo turno com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
Em apenas uma das simulações, feita pelo Quaest, Lula vence no primeiro turno. Os levantamentos foram realizados por XP/Ipespe, Genial/Quaest e Paraná Pesquisas.
Seis dos 12 cenários não apresentaram o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União Brasil). Na semana passada, Moro trocou o Podemos pelo União Brasil e sinalizou que pode abrir mão da disputa pelo Planalto para se candidatar à Câmara dos Deputados ou ao Senado.
Para Felipe Nunes, CEO do Quaest, a terceira via foi esvaziada com a saída de Moro e a disputa entre João Doria e Eduardo Leite no PSDB. A tendência, diz Nunes, é de que os votos de Moro migrem para Bolsonaro.
“Estamos vendo dois fenômenos: a volta dos eleitores do presidente ao ninho bolsonarista e o desencanto dos eleitores com o possível surgimento de uma terceira via. Há uma tendência de os votos do Moro, principalmente, migrarem para o Bolsonaro”, diz Nunes.
No entanto, nenhuma das pesquisas pode ser comparada a levantamentos anteriores feitos pelos respectivos institutos porque houve mudanças nas pré-candidaturas apresentadas aos entrevistados. Isso pode influenciar a opção.
A pesquisa foi realizada entre 2 e 5 de abril e contratada pela XP Investimentos. Foram ouvidos 1.000 entrevistados de 16 anos ou mais em todas as regiões do país por telefone. O índice de confiança é de 95,5% e a margem de erro é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos.
O levantamento foi registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o protocolo BR-03874/2022. Lula lidera a pesquisa por uma diferença de 14 pontos percentuais em relação a Bolsonaro, segundo colocado. Considerando a margem de erro, a distância entre os dois pode ser de até 7,6 pontos percentuais.
Um eventual apoio de Moro a uma candidatura não altera a chance de voto de 49% dos entrevistados. Para 15% deles, o apoio do ex-juiz pode aumentar a probabilidade de que eles escolham o mesmo candidato. No caso de 27%, a escolha de Moro pode diminuir a chance de que votem no mesmo nome; 9% não sabem ou não responderam.