Pelo segundo semestre consecutivo, o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil registrou queda. Com isso, o país entra em recessão, período em que a economia está mais fraca, o desemprego em alta e menor consumo. De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (02) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o índice caiu 0,1% em relação ao segundo trimestre.
Conforme definição técnica, um país entra em recessão quando há dois trimestres seguidos de queda.
O IBGE também revisou o resultado do segundo trimestre, que passou de -0,1% para -0,4%. O resultado deste ano já coloca em risco o crescimento da economia brasileira também em 2022.
Em relação ao terceiro trimestre de 2020, o PIB apresentou expansão de 4%, contra expectativa alta de 4,2% nessa base de comparação.
Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O consumo das famílias cresceu 0,9% no terceiro trimestre e 4,2% em um ano. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, foi a segunda alta seguida, influenciada pela redução do desemprego, pela expansão do crédito a pessoas físicas e pelo avanço da vacinação.
Um indicador importante também teve alta: a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) cresceu 18,8% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2020, puxada pela alta na produção e importação de bens de capital (máquinas para produção) e pela atividade da construção. A FBCF reúne os investimentos na economia que representam aumento de produção, como ampliação de fábricas, novas rodovias, portos e aeroportos.
Mas comparando com o segundo trimestre, a FBCF teve retração de 0,1%.
Agropecuária despenca e puxa PIB
O que puxou a queda da economia foi a agropecuária, que caiu 8% em relação ao segundo trimestre e 9% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado.
Segundo o IBGE, o resultado é explicado principalmente pelo desempenho de alguns produtos da lavoura que possuem safra relevante no terceiro trimestre e apresentaram recuo na estimativa de produção anual e perda de produtividade: café (-22,4%), algodão (-17,5%), milho (-16,0%), laranja (-13,8%) e cana-de-açúcar (-7,6%). Além disso, as estimativas para pecuária também apontaram um fraco desempenho dessa atividade no trimestre analisado.
Serviços crescem
O setor de serviços cresceu 1,1% na comparação com o segundo trimestre. Registraram alta: Outras atividades de serviços (4,4%), Informação e comunicação (2,4%), Transporte, armazenagem e correio (1,2%), Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,8%). As Atividades imobiliárias (0,0%) ficaram estáveis, ao passo que houve variações negativas em Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (-0,5%) e Comércio (-0,4%).
O crescimento foi maior em relação ao mesmo trimestre do ano passado: 5,8%. Os destaques foram Informação e comunicação (14,8%), Outras atividades de serviços (13,5%) e Transporte, armazenagem e correio (13,1%).
Cresceram também: Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (2,9%), Comércio (2,8%) e Atividades imobiliárias (1,7%). Apenas as Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (-1,3%) caíram, afetadas pelo aumento dos sinistros, em especial, no caso dos planos de saúde.
Indústria fica estável
A indústria ficou estável em relação ao segundo trimestre e cresceu 1,3% em um ano.
Entre suas atividades, a construção apresentou o melhor resultado, confirmado pelo aumento do emprego nessa atividade. As indústrias extrativas também cresceram (3,5%) em relação ao terceiro trimestre de 2020, puxadas pela alta na extração de minério de ferro.
UOL