A avaliação negativa do governo Lula (PT) alcançou 37%, o maior índice desde o início do mandato, de acordo com pesquisa da Quaest divulgada nesta segunda-feira (27). O número representa um aumento de seis pontos percentuais em relação à última pesquisa, realizada há um mês e meio.
A gestão de Lula é considerada positiva por 31% dos entrevistados, enquanto 28% a avaliam como regular. Além disso, 4% dos participantes não souberam ou preferiram não responder à pergunta.
Esta é a primeira vez que a avaliação negativa supera a positiva, segundo as pesquisas realizadas pela empresa desde o início do mandato.
Nesta rodada, foram entrevistados 4.500 eleitores com 16 anos ou mais, entre quinta-feira (23) e domingo (26). A margem de erro da pesquisa é de um ponto percentual, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.
Na pesquisa anterior, realizada em dezembro, 33% dos entrevistados avaliaram o governo positivamente, enquanto 31% deram uma avaliação negativa e 34% o consideraram regular. Outros 2% não souberam ou não quiseram responder.
No pico de insatisfação até então, a avaliação negativa havia alcançado 34% em fevereiro de 2024, com uma margem de erro de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. O aumento na rejeição, observado na pesquisa deste mês, ocorre em meio à crise do Pix, que levou o governo Lula a se mobilizar para preparar uma contraofensiva visando recuperar a popularidade.
Para 66% dos entrevistados, o governo Lula errou mais do que acertou diante da crise, enquanto 19% acreditam que o governo acertou mais. Quando perguntados sobre a notícia mais negativa que ouviram sobre a gestão, 11% citaram espontaneamente a crise do Pix.
A comunicação do governo Lula é vista de forma negativa por 53% dos eleitores, enquanto 18% a consideram positiva e 23% a avaliam como regular.
A popularidade da gestão derreteu especialmente no Nordeste (onde a avaliação positiva recuou de 48% para 37%); entre as mulheres (avaliação negativa subiu de 27% para 36%); entre os que completaram o ensino médio (avaliação negativa passou de 33% para 43%) e entre os que ganham de dois a cinco salários mínimos (avaliação negativa foi de 32% para 41%).
A empresa de pesquisa e consultoria também perguntou aos eleitores a opinião em relação ao trabalho do presidente —47% afirmaram aprová-lo, contra 49% que disseram desaprová-lo e 4% que não souberam ou não quiseram responder.
Para 50% dos entrevistados, o país está na direção errada (eram 46% em dezembro), contra 39% que dizem que o Brasil está na direção certa (eram 43% na pesquisa anterior).
A violência e as questões sociais foram apontados como os dois principais problemas do governo, escolhidos por 26% e 23% dos entrevistados, respectivamente. Em dezembro, os mesmos temas foram citados por 20% e 18% dos eleitores.
Em relação ao levantamento anterior, também aumentou de 78% para 83% a porcentagem de entrevistados que identificaram aumento nos preços do mercado no último mês. Em outubro, eram 65%.
A avaliação sobre a economia permanece negativa: 39% afirmam que a situação piorou nos últimos 12 meses. Já a avaliação positiva vem caindo desde outubro, quando 33% diziam que a economia havia melhorado, frente a 25% de agora.