O deputado federal e pré-candidato a governador Pedro Cunha Lima (PSDB), não se manifestou sobre a prisão do ex-ministro do MEC, Milton Ribeiro, durante a operação Acesso Pago. O parlamentar, que já presidiu a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, foi questionado tanto por suas redes sociais quanto por sua assessoria, mas preferiu se calar diante do escândalo do MEC.
A operação Acesso Pago investiga um esquema de corrupção e tráfico de influência para a liberação de verba dentro do Ministério da Educação, sob o comando de Milton. Perguntando sobre a prisão do ex-ministro, nem o tucano paraibano e nem sua assessoria responderam. Recentemente, a Folha de São Paulo destacou o movimento de aproximação entre Cunha Lima e o presidente Jair Bolsonaro, após o deputado ter prestigiado uma solenidade do governo federal na cidade de Itatuba, no interior da Paraíba.
Em 2019, quando presidia a Comissão de Educação da Câmara, Pedro criticava veementemente o MEC na gestão Bolsonaro. Seu silêncio sobre o atual caso surpreende.
Entenda mais sobre a prisão de Milton Ribeiro – O ex-ministro da Educação do governo Bolsonaro foi preso, na manhã desta quarta-feira (22), durante a operação Acesso Pago, que investiga um esquema de corrupção e tráfico de influência para a liberação de verba dentro da pasta. Ribeiro estava sendo investigado desde a divulgação de áudios, em março, em que falava sobre o favorecimento de municípios que negociavam verbas com pastores, que não tinham cargos no governo. Os áudios foram divulgados pelo jornal Estado de S. Paulo.
A Polícia Federal apura o envolvimento de Ribeiro na liberação de verba no MEC. Ele também está sendo investigado por suspeitas de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência. Os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura também são alvos da operação. Em março, em depoimento à PF, Ribeiro confirmou que recebeu o pastor Gilmar a pedido de Bolsonaro mas, no entanto, negou que houve favorecimento na reunião.
Na época, Jair Bolsonaro chegou a falar sobre as investigações contra Milton Ribeiro. “Porque não tem corrupção no meu governo porque a gente age dessa maneira. A gente está um passo à frente. Não pode chegar em alguém e falar que ‘ah você está desviando’. Tem que ter provas. O Milton [Ribeiro] tomou as providências”, afirmou o presidente. Bolsonaro ainda disse que colocaria a “cara toda no fogo por Milton”.