O pediatra Fernando Paredes Cunha Lima, de 81 anos, completa nesta quinta-feira (05) um mês foragido. Acusado de estuprar seis crianças durante o atendimento médico em seu consultório, ele não foi encontrado pela Polícia Civil durante a tentativa de cumprimento de um mandado de prisão em 5 de novembro, e segue sendo procurado desde então.
A delegada Andrea Lima declarou que as investigações continuam, mas ressaltou que, para não comprometer o andamento dos trabalhos, não pode fornecer detalhes sobre as operações em andamento. Ela destacou a complexidade do caso e confirmou que a equipe de inteligência está empenhada na localização do acusado.
A defesa do médico, através do advogado Lucas Mendes, informou à TV Cabo Branco que recorreu da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que confirmou a prisão do acusado, e acredita que a decisão será revista. O advogado ainda afirmou que Fernando Cunha Lima não oferece risco à ordem pública nem à continuidade da investigação. Ele acrescentou que o processo está atualmente no Ministério Público, aguardando a apresentação das contrarrazões ao recurso.
A ordem de prisão em segunda instância foi emitida pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), e a tentativa de cumprimento ocorreu no mesmo dia. Na ocasião, o advogado do pediatra considerou a decisão “equivocada” e anunciou a intenção de entrar com um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ). No entanto, ao avaliar o caso, a ministra Daniela Teixeira, do STJ, decidiu manter a prisão preventiva de Fernando Cunha Lima, citando a gravidade das acusações e a necessidade de garantir a ordem pública como justificativas para a medida.
No habeas corpus, a defesa argumentou que a prisão preventiva era desnecessária, alegando falta de fundamentação na decisão que a decretou e destacando que pedidos de prisão anteriores haviam sido negados. Além disso, a também foi ressaltada a condição de saúde do médico, que é idoso, afirmando que os crimes investigados não seriam recentes. Contudo, a ministra Daniela Teixeira, ao analisar o caso, pontuou que a idade do réu não é impedimento para a prisão e enfatizou o modus operandi do investigado, caracterizado como “ardiloso, corriqueiro, dissimulado e desprovido de respeito”.
O nome de Fernando Cunha Lima foi incluído na lista de procurados da Paraíba após ele se tornar foragido, desde que a Polícia Civil tentou cumprir um mandado de prisão em sua residência. Embora a prisão não tenha sido efetivada, um mandado de busca e apreensão foi cumprido no local.