Após 36 dias internados, opapa Francisco terá alta neste domingo (23), afirmou neste sábado (22) a equipe médica do hospital Agostino Gemelli, em Roma. O pontífice está em condições clínicas estáveis há duas semanas, ainda de acordo com os médicos, e a recomendação de repouso a partir de agora é de ao menos 2 meses. Após deixar o hospital, o papa irá para a Casa Santa Marta, sua residência oficial.
Francisco, 88, tem apresentado melhoras nos últimos dias, com a diminuição da necessidade de oxigênio suplementar e a intensificação de fisioterapia respiratória e motora. A única vez que a equipe médica havia falado com jornalistas sobre o estado de saúde do papa foi em 21 de fevereiro, após uma semana de internação. Depois disso, ele sofreu ao menos quatro crises respiratórias graves.
No período, segundo o Vaticano, o papa manteve parcialmente seu trabalho, despachando documentos e nomeações pessoalmente com colaboradores próximos, como o cardeal Pietro Parolin. No entanto, precisou anular celebrações ligadas ao Jubileu da Igreja, que ocorre a cada 25 anos, e deixou de recitar o Angelus por cinco domingos, uma lacuna para os fiéis acostumados a encher a praça São Pedro.
Francisco foi internado em 14 de fevereiro para tratar sintomas de uma bronquite. Nas semanas anteriores, havia apresentado dificuldades respiratórias que o forçaram a interromper a leitura de textos em cerimônias.
Realizados os primeiros exames no hospital, o papa recebeu diagnóstico de infecção polimicrobiana nas vias respiratórias, causada por fungos, bactérias e vírus. Em seguida, uma tomografia revelou que o papa também sofria de pneumonia nos dois pulmões.
O equilíbrio da terapia farmacológica, à base de cortisona e antibiótico, se tornou um desafio para os médicos, que falaram pela primeira vez com os jornalistas no dia 21 de fevereiro. Na ocasião, disseram que o quadro era complexo, também pela idade e por doenças crônicas, e que o papa, após uma semana de internação, ainda não estava fora de perigo.
No dia seguinte, um susto. O boletim médico informava que as condições do papa eram graves, depois de uma crise respiratória asmática, que exigiu a aplicação de oxigênio por meio de catéter nasal. Também precisou de transfusões de sangue, para combater queda de plaquetas. A evolução do quadro passou a ser considerada incerta, com o “prognóstico reservado”, como dizem os médicos italianos.
Redação