A 2ª Vara de Entorpecentes da Capital decidiu, nesta sexta-feira (08), remeter o processo da Operação Mandare à Justiça Eleitoral. A investigação, que tem como um dos alvos Janine Lucena, filha do prefeito Cícero Lucena (PP), foi encaminhada após solicitação do Gaeco, braço do Ministério Público da Paraíba (MPPB).
Segundo a decisão sigilosa, obtida pela Rádio CBN, foi constatado que os investigados mantinham uma rede de conexões para, supostamente, assegurar apoio político em comunidades da Capital.
“As conversas obtidas nos celulares apreendidos revelam essa perspectiva, o que indica, como requereu o Parquet, a Jurisdição da Justiça Eleitoral para processar e julgar o presente feito, falecendo via de consequência a competência deste juízo”, diz a decisão.
Ainda conforme a decisão, os indícios apontam para a possibilidade de crimes eleitorais, uma vez que o conjunto de provas e os fatos descritos na investigação sugerem, em tese, a prática de ilícitos dessa natureza. Por outro lado, não foram encontrados elementos que comprovem a existência de tráfico de drogas.
Relembre o caso
A investigação começou após a análise de um celular apreendido em uma cela do PB1, que revelou a atuação da facção “Nova Okaida”, liderada por Jossiênio Silva dos Santos, o “Ênio Chinês”. De acordo com a Polícia Federal, o grupo estava planejando obter vantagens, como a nomeação para cargos em órgãos públicos, incluindo as secretarias municipais de Saúde e de Direitos Humanos e Cidadania de João Pessoa, além da Empresa de Limpeza Urbana (Emlur).
Um dos alvos da ação foi Janine Lucena, filha do prefeito Cícero Lucena e então secretária executiva de Saúde. Na ocasião da operação, em maio deste ano, o prefeito declarou apoio à investigação da Polícia Federal e prometeu adotar medidas rigorosas contra servidores com envolvimento comprovado nas irregularidades. Janine, por sua vez, sempre negou qualquer ligação com os fatos apurados.