O Ministério Público da Paraíba (MPPB), por meio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), apresentou nesta sexta-feira (17) uma nova denúncia à Justiça no caso dos desvios de recursos públicos no Hospital Padre Zé, durante a gestão do Padre Egídio de Carvalho. Além do sacerdote, a denúncia envolve os secretários estaduais Pollyanna Werton e Tibério Limeira, além de outras 13 pessoas.
O documento revela que os secretários Pollyanna Werton e Tibério Limeira estão sendo investigados por possíveis fraudes no programa Prato Cheio. Segundo a denúncia, o esquema de desvios teria se iniciado durante a gestão de Tibério na Secretaria de Desenvolvimento Humano e continuado sob a responsabilidade de Pollyanna, quando ela assumiu o cargo.
Registros feitos por Amanda Dantas, que fazia parte da direção do Hospital Padre Zé, foram incluídos como evidências na denúncia. Os documentos indicam que R$ 50 mil foram direcionados ao secretário Tibério Limeira, enquanto, sob a gestão de Pollyanna Werton, o valor teria subido para R$ 70 mil.
As evidências também incluem conversas extraídas de aplicativos de mensagens dos investigados, coletadas durante a Operação Indignus, que teve início em outubro de 2023. A operação foi iniciada após a denúncia sobre o desaparecimento de iPhones doados ao Hospital Padre Zé, que deveriam ter sido leiloados.
Em nota, a secretária Pollyanna Werton afirmou que não tem conhecimento sobre os detalhes da denúncia e se colocou à disposição do Ministério Público para ajudar nas investigações. Ela destacou que sempre pautou sua carreira pública pela ética e se mostrou confiante de que sua inocência será comprovada.
Confira a nota na íntegra:
A secretária Pollyanna Werton se pronunciou por meio de sua assessoria informando que, até o presente momento, não teve acesso à denúncia ventilada pela imprensa, desconhecendo o conteúdo e os supostos fatos narrados na matéria.
Ressalta-se que a conduta da Secretária Pollyanna Werton sempre foi retilínea, inexistindo qualquer mácula durante toda sua vida pública. Caso se confirme a existência de tal denúncia, será comprovada a ausência de participação da secretária em qualquer suposto ilícito.
Mais uma vez, colocamo-nos à disposição do Ministério Público e demais órgãos de controle para contribuir com o esclarecimento dos fatos e a consequente punição daqueles que porventura tenham cometido ilicitudes.
O secretário Tibério Limeira, por sua vez, declarou que não foi convocado para prestar esclarecimentos e questionou a veracidade dos documentos apresentados na denúncia, classificando-os como manuscritos sem valor legal. Ele reforçou sua confiança no sistema judiciário e destacou sua trajetória marcada pela ética e responsabilidade no serviço público.
Confira a nota:
Venho a público esclarecer que a denúncia contra mim apresentada está montada em supostos documentos que não guardam a menor confiança, visto que não passam de manuscritos sem qualquer validade legal, podendo ter sido produzidos por qualquer pessoa e em qualquer tempo, com objetivos de imputar a alguém um ilícito.
Durante todo o processo, coloquei-me à disposição do Ministério Público, inclusive formalizando pedido para colaborar com o esclarecimento dos fatos, mas, lamentavelmente, nunca fui chamado.
Mantenho minha tranquilidade e confiança de que a justiça prevalecerá, trazendo à luz a verdade e reafirmando minha trajetória pautada pela ética e pela responsabilidade pública.
João Pessoa, 17 de janeiro de 2025.
Tibério Limeira