O inquérito que apura denúncias de supostas fraudes em licitações e desvio na merenda escolar na gestão do prefeito de Campina Grande Romero (PSD), descoberto durante a ‘Operação Famintos’, deverá ser concluído e apresentado ao Ministério Público federal (MPF) até a próxima quinta-feira (22). Mas pelo menos 12 pessoas já foram indiciadas pela Polícia Federal nas investigações.
A informação é do delegado Raoni Aguiar, que coordena as investigações. Ele não revelou, entretanto, os nomes das pessoas indiciadas. “Nós pedimos a prorrogação durante as investigações e foi concedida. Mas temos que concluir até o dia 22 e esperamos cumprir esse prazo e apresentar ao MPF, que terá um prazo de cinco dias para apresentar ou não a denúncia”, explicou o delegado ao Jornal da Paraíba. Veja mais detalhes no link: http://blogs.jornaldaparaiba.com.br/plenopoder/2019/08/20/policia-federal-indicia-12-pessoas-na-operacao-famintos/
A Operação Famintos apura um suposto esquema formado por empresas de fachada, que teriam fraudado licitações da merenda escolar em Campina Grande. As investigações vasculham um montante pago de R$ 25 milhões em contratos e aponta desvios milionários.
Quando foi deflagrada, a ação policial prendeu 14 pessoas temporariamente e afastou das funções dois secretários municipais – de Administração e Educação, a da pasta de educação que é ex-cunhada do prefeito Iolanda Barbosa, chegou a ser presa temporariamente. Atualmente 7 empresários acusados de integrarem o ‘esquema’ continuam presos preventivamente.
Mentira de Romero – Ontem (19), em entrevista a uma emissora de rádio de Campina, o prefeito Romero Rodrigues (PSD), disse ser das diretoras de escolas municipais a responsabilidade pela aquisição da merenda, o que eximiria de culpa a Prefeitura de Campina Grande e seus auxiliares, nas denúncias de desvios de recursos, que ultrapassam os R$ 25 milhões. A informação foi refutada pelos depoimentos prestados a PF pelos próprios ex-secretários municipais de Administração e Educação.
“Tanto nas creches como nas escolas, em quantidade e qualidade, inclusive nas escolas você sabe que a gestora da questão da aquisição dos produtos são as diretoras das escolas da rede municipal que são eleitas, inclusive”, disse o prefeito Romero, colocando única e exclusivamente nas gestoras a responsabilidade pela aquisição da merenda.
O jornalista, então, questiona: “Mas isso não passa pela Secretária não?”, e Romero responde: “Não. Elas que compram e elas que pagam e prestam contas. Eu só tô dizendo como é a metodologia que são as diretoras que fazem a aquisição das merendas, efetuam os pagamentos e que escolhem o cardápio, embora exista uma sugestão de cardápio”, disse o prefeito de Campina. Veja a entrevista de Romero onde ele acusa as diretoras: https://youtu.be/Gvc8nZ79L_g
Porém, segundo a denúncia do MPF e comprovações feitas por dirigentes sindicais, a fala do gestor campinense não representa o que ocorre na realidade, e que não é correto de sua parte responsabilizar as gestoras de escolas por algo que é feito através de licitação, pela Secretária de Educação da cidade, desde o ano de 2013, quando as gestoras de escolas perderam a autonomia sobre as compras dos respectivos alimentos.
A própria denúncia do MPF, o depoimento da ex-secretária de Educação e ex-cunhada do prefeito, Iolanda Barbosa, e o depoimento da Diretora Administrativa e Financeira da Secretaria de Educação de Campina Grande e prima do prefeito, Maria do Socorro Menezes de Melo, afastadas pela Justiça Federal por 180 dias do cargo, contrapõem o que afirma o prefeito, pois mostram que, comprovadamente, coube à gestão a elaboração do processo licitatório supostamente viciado, que fez com que as empresas Delmira Feliciano Gomes e Rosildo de Lima Silva ganhassem as licitações para fornecimento de merenda escolar.
Veja detalhes: http://conexaopb.com.br/single.php?code=22243
Observe, abaixo, trechos do depoimento de Iolanda a Policia Federal:
Redação com Jornal da Paraíba