O empresário Pietro Harley, o ex-secretário estadual Edvaldo Rosas e Coriolano Coutinho, irmão do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) foram alvos da 11ª e da 12ª fases da operação Calvário, desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba. O blog teve acesso à delação do advogado Bruno Donato, que, entre outras coisas, apresentou Coriolano como uma espécie de “gerente” da propina. Coriolano entra, ainda, como peça-chave no suposto esquema de propina envolvendo contratos do governo do Estado nas áreas de saúde e educação.
Há ainda relatos que permeiam operações em contratos do programa Empreender-PB, usado, segundo a delação, para irrigar campanhas eleitorais através do uso de laranjas. Todo o conteúdo foi acompanhado de vasto acervo documental, disponibilizado em três volumes entregues ao Gaeco. A delação foi formulada em janeiro do ano passado, a pedido do próprio advogado.
A delação insere vários personagens da política paraibana: Pietro Harley, Edvaldo Rosas e Coriolano são personagens centrais, junto com Waldson de Souza. No processo, relata-se pagamento de propina por Yarley por Bruno Donato para ser entregue a Waldson e Edvaldo Rosas. Na entrega, segundo o relato, Edvaldo pega R$ 90 mil e diz que deixará a parte dele em casa. De acordo com Donato, Waldson lembra a Edvaldo que o dinheiro seria para a campanha de Estela Bezerra (PSB), em 2012. Há informações também de que parte do dinheiro de propinas teria sido usado, também, para pagar prefeitos no Sertão. Entre os citados na entrega de dinheiro, aparece também o deputado estadual Ricardo Barbosa (PSB), que até o ano passado era líder do governo na Assembleia.
Um montante significativo dos recursos recebidos era destinado, conforme a delação, ao pagamento de despesas de campanha. Em 2014, por exemplo, quando o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) foi candidato à reeleição, os documentos narram a compra do apoio de prefeitos do Sertão e lideranças de Campina Grande e João Pessoa.