Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), voltou a demonstrar preocupação com a grave situação da pandemia de Covid-19 no Brasil. Tedros afirmou estar decepcionado com o desempenho brasileiro na gestão da pandemia, uma vez que o sistema de saúde nacional, o nosso SUS, é considerado modelo em todo o mundo. “Eu esperava que o Brasil pudesse ter um melhor desempenho em epidemias por causa do seu forte sistema de vigilância em saúde”, afirmou.
O diretor afirmou que a população deve receber “mensagem claras das autoridades de saúde” sobre a situação do país para saber como agir. “Começando pelo governo, todos os interlocutores devem agir de forma séria. Se isso não ocorrer, as mortes deverão aumentar.”, disse.
Michael Ryan, diretor de emergências da OMS, destacou que desde o último alerta da OMS ao Brasil, feito no dia 5 deste mês, os casos e as mortes por Covid-19 subiram ainda mais. “A situação no Brasil piorou, com alta incidência de casos e aumento de mortes em todo o país”, disse. Ele demonstrou preocupação maior com a variante P.1 – identificada pela primeira vez em Manaus e que se espalhou para vários estados brasileiros e ao menos 24 países. “Há uma grande preocupação com a letalidade e transmissão do vírus [da variante]”, alertou o diretor. “O que acontece no Brasil tem consequências mundiais”, concluiu.
Maria Van Kerkhov, diretora técnica da OMS, reforçou que é necessário seguir medidas de prevenção e que é muito importante que haja uma rede de sequenciamento de genomas intensa no Brasil e na América do Sul “O que sabemos da variante P.1 é que máscaras, lavagem das mãos, medidas de controle e prevenção contra o coronavírus funcionam”, lembrou, afirmando que, os países que adotaram as medidas de maneira séria conseguiram conter os casos.
OMS alerta: Brasil precisa levar o aumento de casos de Covid muito a sério: o Brasil é vizinho de praticamente a América Latina inteira. Pode continuar impactando toda a região, e muito mais. Não diz respeito só ao Brasil. É crucial que todo o país tome medidas de saúde pública agressivas, ao mesmo tempo em que distribui vacinas. A situação do Brasil é muito grave.