As declarações que o presidente Jair Bolsonaro fez neste sábado (27), no Rio de Janeiro, ao comentar rumores sobre a expulsão do jornalista americano Glenn Greenwald, chamaram a atenção da principal autoridade da Organização dos Estados Americanos (OEA) ligada à liberdade de expressão.
Para o advogado uruguaio Edison Lanza, “o presidente do Brasil lamentavelmente parece ter se esquecido da Constituição e de tratados internacionais sobre liberdade de expressão dos quais o Brasil é signatário”.
De acordo com Lanza, Bolsonaro adota uma lógica seguida por Hugo Chávez (Venezuela). “Bolsonaro foi eleito com um discurso de liberdade de expressão e imprensa, mas o abandona rapidamente quando algo o incomoda. Não vejo diferença em relação ao comportamento de Chávez”, aponta.
Segundo o advogado, ao fazer referências irônicas à orientação sexual do jornalista responsável pela série de reportagens sobre supostos diálogos entre o ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro e procuradores da República, Bolsonaro faz “um ataque discriminatório” e incita “um comportamento de perseguição” ao jornalista e à imprensa.
Da redação com BBC Brasil