No Hospital Regional do Guará (HRGu), no Distrito Federal, corpos de vítimas da Covid-19 estão sendo deixados no chão, em corredores e em tablados da unidade hospitalar.
Nesta segunda-feira (22), 400 pessoas aguardavam por um leito de unidade de terapia intensiva (UTI). No dia 9 de março, o governo do DF decretou estado de calamidade pública na saúde, devido ao avanço de casos e óbitos.
Imagens feitas por servidores em hospitais públicos da capital federal denunciam o caos do sistema de saúde da Capital Federal. No sábado (20), no Hospital Regional do Guará (HRGu), corpos de pacientes que morreram em decorrência do coronavírus ficaram no chão do necrotério, por falta de espaço.
As vítimas, entre elas dois idosos, eram casos confirmados ou suspeitos da Covid-19. A Secretaria de Saúde, no entanto, disse que o Hospital Regional do Guará “segue o preconizado no protocolo específico de preparo e armazenamento dos corpos vítimas de Covid-19”.
De acordo com a pasta, a unidade de saúde tem comportado a demanda, já que tem baixo índice de mortalidade. A secretaria informou que os corpos que aparecem nas imagens não estavam no chão, mas sim sobre “um tablado de madeira”, enquanto aguardavam transição para o serviço funerário.
Segundo o protocolo internacional de combate à Covid-19, os corpos de pacientes vítimas da doença devem ser ensacados e enterrados em caixões lacrados, para evitar contaminação, sendo manuseados com uso de equipamentos de proteção individual (EPI).
No Hospital Regional de Ceilândia (HRC), o corpo de um homem de 45 anos ficou no corredor pelo menos por 24 horas, também segundo denúncia recebida pela reportagem do G1. Conforme apurado, o cadáver não estava preparado de protocolo, sendo enrolado em um pano e com secreção à mostra, por isso, houve demora para a remoção por parte do sistema funerário.
Procurada, a Secretaria de Saúde não respondeu sobre o caso.
No Distrito Federal, 96,33% do sistema de saúde público está comprometido, segundo levantamento da Secretaria de Saúde divulgado às 8h10 desta segunda-feira (22). De acordo com o relatório, restam 12 leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para tratar pacientes com a Covid-19.
Das vagas disponíveis, apenas cinco são para adultos. Ao todo, há 409 leitos. Desses, 367 estão ocupados, 21 aguardando liberação e nove bloqueados. Além disso, há 400 pessoas na lista de espera por uma vaga em UTI, sendo que 309 estavam com suspeita ou confirmação da Covid-19.
Na rede privada, também há sobrecarga. Dos 432 leitos de UTI, 395 estavam ocupados às 7h10 desta segunda. Restam 36vagas, sendo 35 para adultos.
G1 DF