Quando pequeno lá no meu curimataú sabia que o pé de umbu estava carregado quando os primos e primas jogavam pedras, cutucavam com varas curtas ou subiam pra saborear aquelas frutinhas atípicas.
Naquele meu despertar, descobri que assim caminha a humanidade e a cada degrau que subimos na vida despertamos os lobos disfarçados de ovelhas e levamos pedradas pelos frutos expostos.
Pablo Marçal tem sido vítima do próprio sucesso e, se fenômeno não se explica, cada um que se sinta incomodado que encontre uma versão ou pedra para derrubar os frutos da árvore cobiçada.
Conheci esse vitorioso ano passado e convivi o suficiente para pegar os códigos, para usar um linguajar dele. E como dizemos aqui no nordeste, rapadura é doce, mas não é mole não.
Ser Pablo Marçal não é fácil em um país de acomodados. O cara dorme tarde trabalhando e acorda cedo para trabalhar. Não é mais um ser humano. É uma marca. E como tal agrada milhões e desagrada outros tantos.
Ele não é iluminado, mas ilumina a mente de quem precisa de luz emprestada para na sequência ter luz própria.
Ele não é maldito, mas tem feito muita gente parar de se maldizer e botar a mão na massa para multiplicar e prosperar.
Manipulador até que é, mas não no sentido de ludibriar o próximo, pois o sucesso dele depende da multiplicação de êxitos e se o aluno fracassar, o mestre fracassa junto.
Pablo usa a neurolinguística a favor do Brasil e tem feito proliferar mentes vencedoras, mas quando se mete em política ou religião mexe em vespeiros e daí surgem as polêmicas que questionam suas qualidades.
Pablo Marçal tem sim o direito de questionar dogmas, montar uma igreja ou partido político, se quiser. Mas tem que entender que nesses dois campos já inventaram a roda e se quiser patentear novas ideias terá que esperar o tempo de Deus, pois no dos homens o trem está lotado e ele precisa aprender a esperar sua vez na estação.
Dércio Alcântara