Participando de uma transmissão feita pelo canal bolsonarista “Terça Livre”, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, proferiu uma fala bastante controversa. O médico contrariou evidências científicas e criticou o uso obrigatório das máscaras no Brasil. Para ele, a utilização do acessório de proteção deveria ser um ato de conscientização da população.
“Somos contra essa obrigatoriedade. O Brasil tem muitas leis e as pessoas, infelizmente, não observam. O uso de máscaras tem de ser um ato de conscientização”, disparou.
A declaração de Queiroga contraria seu próprio posicionamento. Em depoimento à CPI da Pandemia, em 8 de junho, o chefe da Saúde defendeu a obrigatoriedade das máscaras:
“No Ministério da Saúde, primeira atitude minha como ministro, senador Humberto Costa, foi editar uma portaria obrigando o uso de máscaras no Ministério da Saúde, porque nós julgamos isso importante. (…) Também colocamos já no ar uma campanha publicitária muito forte, essa campanha não só acerca da vacina, mas também acerca das chamadas medidas não farmacológicas”, respondeu na época.
Porém, o Ministério da Saúde não dedicou esforços para elaborar políticas públicas que incentivassem o uso de máscaras. O próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, despreza o acessório e chegou a anunciar em junho o fim do uso da proteção facial para quem já foi vacinado ou contaminado pelo coronavírus. No mesmo dia, Queiroga desmentiu a informação, alegando que a ação era apenas estudada pelo órgão.
Nos estados brasileiros, há a possibilidade de aplicação de multa para aqueles que não utilizem máscara em locais públicos. Bolsonaro, por exemplo, já foi autuado por três vezes em São Paulo por ignorar a regra. O valor da multa pode alcançar R$ 290,9 mil. Outras autoridades como os ministros Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura) e general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), além da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), também já receberam a penalidade.
Com informações de O Globo.