O Ministério Público Eleitoral apresentou uma ação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em que pede multa ao presidente Jair Bolsonaro por propaganda eleitoral antecipada. Durante um evento de entrega de títulos de propriedade rural em Marabá (PA) na sexta-feira (18) e transmitido ao vivo pela emissora oficial TV Brasil, Bolsonaro exibiu uma camiseta com a mensagem “É melhor Jair se acostumando. Bolsonaro 2022”.
O vice-procurador-geral eleitoral, Renato Brill de Góes, que assina a representação, afirmou que, ao fazer referência à disputa presidencial de 2022, Bolsonaro cometeu um “ato consciente” de antecipação de campanha — proibida pela legislação eleitoral.
Além de Bolsonaro, o vice-procurador-geral eleitoral também pediu ao TSE multa ao pastor Silas Malafaia, que participou do evento em Marabá e atacou possíveis adversários do presidente na eleição. “Restou insofismável não se tratar de um mero ato público oficial típico de governo, mas sim de um verdadeiro ato público de campanha eleitoral antecipada, com promoção pessoal do representado Jair Messias Bolsonaro na condição de candidato às eleições de 2022”, afirmou.
Na ação, o procurador lembra que a propaganda eleitoral só estará permitida a partir de 16 de agosto do ano que vem e que a lei permite o debate político, mas sem pedido de voto e sem propaganda.
Polêmicas – Ainda durante o evento, O presidente Jair Bolsonaro, ao lado do pastor Silas Malafaia, voltou a afirmar que vai indicar um evangélico para a vaga de Marco Aurélio Mello no Supremo Tribunal Federal.
Continuando seu discurso, durante entrega de títulos a assentados e ocupantes de terras da União em Marabá, Bolsonaro atacou a CPI da Covid e os governadores que adotaram medidas restritivas para reduzir a disseminação do vírus. “Recomendo àqueles que porventura tenham problema com a covid que procurem um remédio para o tratamento precoce”, disse,
Afirmando que ele próprio usou o medicamento, continuou: “eu lá atrás tomei hidroxicloroquina, assim como muitos tomaram também ivermectina. Isso não mata ninguém”, disse. Ele lembrou que a região tem malária e ninguém morreu com esse medicamento. Estudos científicos condenam o uso desses medicamentos como tratamento para a covid.