De acordo com uma reportagem do jornal ‘O Estado de S.Paulo’ – o Estadão – a empresa ‘Angry Cock’, de Renan dos Santos, líder do MBL, é usada para fazer movimentações milionárias. O Ministério Público obteve autorização da Justiça para aprofundar investigações e aguarda o resultado de uma quebra de sigilo ampliada sobre essas transações consideradas suspeitas.
Apesar de estar no papel com o nome de Rosalina, e de ser sediada em um bairro humilde na cidade de Simões Filho, na Bahia, a ‘Angry Cock’ foi usada por Renan e sua irmã, Stephanie, para movimentar R$ 1,8 milhão. Esses dados são da Operação Juno Moneta, de 2020, deflagrada para investigar a família do líder do MBL por suspeita de lavagem de dinheiro.
Rosalina Maia, de 53 anos, mora em um sobrado na Vila Liviero, na periferia da zona sul de São Paulo, e não tem nenhum imóvel em seu nome. Mesmo assim, ela aparece como sócia de uma empresa usada pela família do coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL), Renan dos Santos.
Segundo as apurações, o MP identificou transações financeiras de R$ 1,3 milhão entre a Angry Cock e outras empresas, e pediu uma quebra de sigilo mais detalhada. A Justiça autorizou, mas as informações ainda não foram enviadas pelos bancos.
O jornal também obteve acesso a três denúncias oferecidas até o fim do ano passado, por fraudes em licitações milionárias — decorrentes da mesma investigação —, contra o empresário Alessander Monaco, ligado ao MBL. Renan foi acusado de tráfico de influência em benefício deste empresário, mas a acusação contra ele foi rejeitada pela Justiça.
Escândalos
Renan, que esteve com Arthur do Val na fronteira do país europeu, defendeu o colega em uma live do movimento com gritos e palavrões. Arthur falou em áudios que achou refugiadas ucranianas “fáceis porque são pobres” e sugeriu turismo sexual do amigo. Os problemas do grupo vão além de falas identificadas como de aceno ao extremismo de direita ou sexistas.
Segundo dados da Receita Federal e relatórios de busca e apreensão, Renan e familiares são donos de empresas quebradas e inativas que somam R$ 396 milhões em dívidas.