Após o cronograma de entrega de vacinas contra a Covid-19 ser alterado por cinco vezes no último mês, o Ministério da Saúde decidiu que irá parar de divulgar a informação. Agora, para ter acesso a previsão de doses que devem ser entregues mensalmente, será necessário entrar em contato com os fabricantes. A mudança foi confirmada ao Estadão pela própria pasta.
Em fevereiro, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello começou a anunciar o calendário de distribuição de vacinas numa tentativa de esfriar as críticas sobre a demora do governo federal em apresentar estas projeções. Mas, as versões iniciais desse documento já se mostravam inviáveis.
Ao prever o número de doses fornecidas mês a mês a Estados e municípios, a Saúde ignorava atrasos na entrega de insumos farmacêuticos ativos (IFA) para a produção de vacinas na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e no Instituto Butantan. Também somava dados da Sputnik V e Covaxin, imunizantes que ainda sem aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Pela previsão de fevereiro, o Brasil encerraria o mês de março com 68 milhões de imunizantes distribuídos. Segundo dados dessa quinta-feira, 8, foram entregues 45,2 milhões de doses.
Em 24 de março o presidente Jair Bolsonaro compartilhou um cronograma de vacinas, que já está defasado. A importação de doses da Covaxin, fabricadas na Índia, por exemplo, nem sequer foi aprovada pela Anvisa.
Estadão