Movida a desafios, Michelle Ramalho assumiu em 2018 à presidência da Federação Paraibana de Futebol (FPF) com a missão de arrumar a casa depois de escândalos policiais envolvendo a entidade. De lá pra cá, vários obstáculos cruzaram o seu caminho mas o seu propósito de trazer melhorias para o futebol paraibano foi o seu guia. Ela esteve nesta quarta-feira (17) no programa 360 graus onde detalhou o resgate promovido pela sua gestão à credibilidade dos árbitros do Estado.
Michelle Ramalho conta que, quando assumiu a FPF, os árbitros paraibanos estavam escanteados a nível nacional. Isso porque qualquer árbitro credenciado pela federação paraibana era proibido de apitar as competições nacionais. Ou seja, os profissionais do Estado não eram convocados para atuarem em partidas do Campeonato Brasileiro, por exemplo. A situação foi revertida quando a federação criou uma nova escola de arbitragem, com provas elaboradas pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e instrutores da Fifa (Federação Internacional de Futebol).
“Poucas pessoas sabem que a arbitragem na Paraíba estava há três anos congelada. Uma das coisas que mais me orgulho é que hoje, depois de termos criado essa escola nacional de arbitragem aqui, e formamos árbitros, nós hoje temos árbitros com estrela Fifa. Nossos árbitros hoje são motivo de orgulho nacional. Isso foi uma de minhas grandes promessas, foi de resgatar a credibilidade da arbitragem, porque tudo começa na arbitragem e termina no torcedor e no futebol”, pontuou.
A presidente da FPF preza pela transparência e democracia em sua administração. Ela afirma que suas decisões, mesmo que, de acordo com o estatuto, sejam apenas de sua prerrogativa, são tomadas em consenso com os demais membros da federação: “A gente procura investir na arbitragem, procura, de uma forma democrática, estar sempre dialogando com os clubes e demonstrando números. Não existe imposição da minha parte”, comentou.
Ainda na conversa com os jornalistas do 360 graus, Michelle esclarece a abertura de inquérito administrativo, por parte da FPF, para apurar uma suposta venda de ingressos do clássico dos Maiorais, acontecida em Campina Grande, em partida limitada a convidados em razão da pandemia da Covid-19, onde o Treze teria vendido as entradas pelo valor de R$ 132. Conforme a presidente, o processo se encontra no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no qual foram reunidas provas necessárias da suposta fraude, embora ainda não existam evidências que comprovem a prática.
“Nós colhemos as provas para facilitar o trabalho de quem realmente vai julgar, que é o STJD, visto que era uma competição nacional. Nós ouvimos o major de polícia que estava responsável na época, os delegados dos jogos, todas as pessoas que estavam envolvidas no dia. Isso ainda está em andamento, e eles vão julgar”, esclareceu.
Assista à entrevista completa com Michelle Ramalho: