“Catástrofe”. “Desastre”. É o que ocorrerá, segundo médicos infectologistas ouvidos pelo UOL, incluindo um que trabalha com pacientes infectados pelo novo coronavírus, caso os brasileiros atendam o pedido de Jair Bolsonaro (sem partido) e abandonem o isolamento social.
Bolsonaro fez pronunciamento em cadeia nacional anteontem classificando de “histeria” as medidas adotadas para barrar a pandemia. Ontem, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), afirmou em suas redes sociais que pretende ordenar a reabertura gradual do comércio na cidade.
Se mais cidades e setores da sociedade seguirem essa atitude, dizem os médicos, o país verá um aumento abrupto de mortes e colapso nos hospitais e postos de saúde — justamente o que querem evitar as medidas de isolamento recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo próprio ministério da Saúde.
Até ontem, o país já contabilizava 57 mortes e 2.433 casos oficiais de infecção pelo novo coronavírus. Mas os números reais devem ser maiores.
“Seria uma catástrofe se isso [fim da quarentena] acontecesse agora. Essas medidas de contenção e distanciamento social têm o objetivo de diminuir a disseminação do vírus e com isso evitar o esgotamento dos serviços de saúde. Seria um desastre”, disse Leonardo Weissmann, médico infectologista do Instituto Emílio Ribas, em SP.