Quer agradar o ex-governador Roberto Paulino? Convide-o para comer inhame com carne, galinha ou bode.
Desses caras simples, Roberto Paulino nasceu para mediar conflitos, apaziguar. Tá no sangue, na genética do filho de Antônio Paulino, maior líder que o brejo paraibano já teve.
Roberto foi o cara que resolveu o impasse entre Ney Suassuna e Mário Silveira, quando estes travavam uma batalha pelo espólio de Maranhão e direito de ser o candidato sucessor.
Lembro-me como se fosse hoje de Roberto chegando na Casa da China e recebendo de Mário apoio incondicional pra disputar o governo.
Eu estava lá e na lata liguei para Giovani Meireles, então âncora da Arapuan e, mesmo ele achando que era blefe, me botou no ar e eu transmiti o pacto ao vivo e botei os dois no ar para espanto geral.
Quando o MDB ficou isolado na polarização entre Cássio e Ricardo, mais um vez, Roberto cumpriu missão, como bom soldado que é, aceitando ser o vice de Vital, um dia depois de dizer não a uma aliança com Cássio onde Raniery seria o candidato ao Senado no lugar de Wilson Santiago.
Agora o mesmo Roberto Paulino, que gosta de inhame, volta a cena como bombeiro e ocupando posto avançado em meio ao fogaréu.
Só quem não conhece Roberto pode achar que ele vai deixar o governo sem cumprir missão.
Roberto tem em mãos a mais difícil de todas as missões que a vida lhe reservou. Arrefecer os ânimos entre João e Vené, garantido na majoritária o lugar líquido e certo do MDB.
E só depois disso volta para o seu lazer na beira mar da Baía da Traição, um endereço emblemático para quem tem uma vida de fidelidade.
Dércio Alcântara