Adotar estratégias radicais de isolamento social para conter novo coronavírus pode salvar mais de 1 milhão de vidas no Brasil, aponta estudo feito por uma equipe de 30 cientistas do Imperial College de Londres.
No trabalho divulgado nesta quinta (26), os especialistas em doenças transmissíveis calcularam o número de infectados, pacientes graves e mortos em cinco cenários de disseminação do vírus no Brasil.
Sem medidas de isolamento social que reduzam a transmissão do coronavírus, o Brasil pode ter até 1,15 milhão de mortes provocadas pela doença, chamada de Covid-19. No cenário de restrições mais drásticas e precoces, as mortes seriam 44 mil.
Estudo semelhante feito pelos pesquisadores para os Estados Unidos e o Reino Unido, na semana passada, mostrou que o sistema público dos países entraria em colapso se não fossem adotadas medidas de restrição de circulação.
Os dados fizeram o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, acelerar a adoção de medidas mais duras para conter a pandemia.
Estimativas como as feitas pelo Imperial College baseiam-se em premissas que podem ser imprecisas quando aplicadas de maneira geral.
“Existe um debate social e político legítimo sobre qual é a melhor estratégia a adotar”, afirmou nesta sexta (27) o coordenador do grupo, Neil Ferguson. Para ele, porém, os cientistas precisam priorizar o que os dados expressam, “inclusive as incertezas”.
Os cálculos revelam a ordem de grandeza do impacto das diferentes estratégias, o que ajuda a planejar a prevenção e reforçar os sistemas de atendimento, para impedir que o número de doentes leve os hospitais ao colapso, provocando mortes em excesso.
A informação é da Folha de S. Paulo