Concedendo uma entrevista coletiva nesta quarta-feira (29), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, abandonou o local irritado após jornalistas questionarem a consulta pública de vacinação das crianças contra a Covid-19.
A pasta declarou que a imunização da faixa etária entre 05 e 11 anos só poderá ser realizada com a autorização dos pais ou responsáveis, contudo, ao menos 20 Estados brasileiros manifestaram que não irão solicitar a prescrição médica.
Queiroga informou que os governadores e prefeitos devem se manifestar através da consulta pública. “É por isso a consulta pública. Estados têm que se manifestar lá, governadores falam em prescrição, prefeitos também (…). Pelo que eu saiba a maioria deles não são médicos, então estão interferindo em suas secretarias estaduais e municipais”, disse o ministro, antes de abandonar a coletiva.
A consulta pública foi bastante criticada por especialistas, visto que a vacinação infantil trata-se de um assunto técnico que já foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). De acordo com o ministro, no entanto, o formulário é um instrumento da “democracia” que “amplia a discussão sobre o tema”.
“Traz mais tranquilidade para os pais para que possam levar seu filhos para a sala de vacinação. (…) A recomendação do Ministério da Saúde é aquela, foi posta em consulta pública para que a população opine. Não é novidade nenhuma, geralmente as decisões são mantidas”, afirmou Queiroga.
Tragédia na Bahia
O chefe da pasta ressaltou, ainda, que a maior questão do governo no momento é a situação da Bahia, apesar do presidente Jair Bolsonaro (PL) ter decidido embarcar para férias em Santa Catarina e andar de jet-ski em vez de trabalhar para recuperar o Estado que enfrenta umas das maiores tragédias nos últimos anos.
“Vamos trabalhar hoje na perspectiva de termos mais recursos para a saúde pública na Bahia, fortalecer a atenção primária e especializada, discutindo esse assunto para saber como vamos fortalecer com recursos financeiros”, disse Queiroga.
Revista Fórum