Diante da gigante inflação que vem assombrando o Brasil e o mundo, o ministro da economia, Paulo Guedes, deu uma declaração no mínimo curiosa. Nessa sexta-feira (11), durante o evento de apresentação do plano nacional de fertilizantes no Palácio do Planalto, Guedes afirmou que “tem mais iPhones no Brasil que população”.
“Os brasileiros têm um, dois iPhones, às vezes. Então, nós já somos um país de profundidade digital. A pandemia nos jogou mais rápido ainda em direção a esse futuro”. Disse.
Como informou o site Money Times, no Brasil — de acordo com um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de 2021, existem 242 milhões de smartphones para uma população de 212,6 milhões de pessoas. Ou seja, temos mais aparelhos do que pessoas, de fato. Pesquisas anteriores indicam que a empresa Apple possui uma entrada baixíssima no mercado de smartphones brasileiro.
Obviamente não podemos descartar o mercado de usados, mas o fato hoje é que o aparelho mais barato da Apple sai por, em média, R$ 4.200.
O cenário se confirma ao analisarmos os sistemas operacionais no Brasil, onde o sistema Android tem a liderança disparada com 90,5%. O iOS, por sua vez, representa apenas 9,36% do mercado.
Segundo dados do Instituto Locomotiva e do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), 45% dos usuários mais pobres (classes C, D e E) têm planos de telefonia móvel que se esgotam antes do mês acabar.
Paulo Guedes ainda afirmou que, para além da pandemia, a guerra na Ucrânia forçou a sociedade brasileira ao progresso tecnológico. Com a crise envolvendo a escassez de fertilizantes importados da Rússia, o governo antecipou o lançamento do Plano Nacional de Fertilizantes.
“Estamos trabalhando na matriz de aprofundamento da cadeia produtiva em direção aos fertilizantes. O que essa guerra faz é nos jogar também mais aceleradamente em direção ao futuro.”
Atualmente, o Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo, atrás de China, Índia e Estados Unidos, e o maior importador mundial desses insumos. A Rússia responde sozinha por 23% das importações brasileiras de fertilizantes, que somaram US$ 15,2 bilhões (R$ 78,4 bilhões) no ano passado.
O Plano Nacional de Fertilizantes visa ampliar a exploração dos insumos em minas locais e elevar a produção dos fertilizantes em fábricas nacionais para reduzir a dependência internacional, a partir de mudanças no arcabouço regulatório e tributário, bem como a concessão de subsídios e financiamentos públicos.