É de se lamentar o que vem acontecendo em Campina Grande. Não é de hoje que um grupo domina todas as licitações e convênios da cidade. O grupo liderado por Renato Rocha detém cemitério, construtora, funerária e tudo que se pode entrelaçar com o ente municipal.
Uma ameaça que fere gravemente todos os princípios da livre iniciativa e competitividade, premissas essenciais no empreendedorismo e no livre mercado. Conhecido por perseguir seus concorrentes comerciais, utilizando-se do tráfico de influência com o prefeito, Renato Rocha apela a todos os meios possíveis para eliminar qualquer concorrência que possa aparecer. Do judiciário ao executivo, embargando e dificultando qualquer outro empresário que apareça para competir com suas empresas.
Inúmeros empresários locais se queixam das práticas executadas pelo empresário. O grupo se solidifica por meio de um monopólio Instaurado por mais de décadas. Inclusive, já teve nome citado na tão famosa “operação faminto”. É uma pena que a nossa querida rainha da borborema esteja sujeita a isso nos dias de hoje. Muito mais que lamentável, faz-se alarmante.
De acordo com a lei municipal 4129/2003, do município de Campina Grande, os cemitérios precisam disponibilizar 10% de suas vagas aos indigentes e demais pessoas insolventes. Lei criada à época em que o atual prefeito, Romero Rodrigues, estava à frente da presidência da Câmara dos Vereadores. Portanto, é no mínimo contraditório o fato do gestor municipal não exigir que essa obrigação com a prefeitura, seja cumprida conforme previsto em lei. No mais famoso cemitério de Campina Grande, denominado “campo santo”, inexiste um único indigente lá enterrado.
Além disso, segundo o artigo 435 , lei 4129/2003, município de Campina Grande, caso os preços das sepulturas, jazigos e taxas, extrapolem o limite da razoabilidade, o poder municipal poderá intervir coibindo a prática indevida pela empresa licitada. Há levantamentos segundo os quais um jazido é vendido por R$18.000,00. O valor encontra-se bem acima dos preços de mercado no segmento.
Alguns questionamentos precisam de respostas. Romero Rodrigues se diz defensor da liberdade econômica e livre iniciativa. Faltou explicar então como um político de vertente liberal intervém diretamente no mercado? Qual é a meritocracia nesse jogo empresarial? Como os demais empresários conseguirão competir em igualdade com tamanho benefício a um único grupo? Por fim, fica aqui o alerta para que essa prática seja abolida e fiscalizada pelos órgãos e autoridades competentes.