Segundo um estudo realizado pelo Instituto Xangai de Ciências Biológicas que foi divulgado através de uma plataforma da revista científica The Lancet, o novo coronavírus teria surgido na Índia ou em Bangladesh e não em Wuhan, na China, como se pensou inicialmente. Os primeiros casos registrados da covid-19 foram notificados exatamente na província chinesa em que há um grande mercado de venda de animais selvagens vivos e mortos. O contato dentre animais de diferentes espécies que não possuiriam tal contato na natureza vem sendo apontado como a causa do surgimento do vírus.
Mas segundo o estudo do grupo de cientistas chineses que analisaram o código genético de várias cepas do vírus e suas mutações o estudo indicaria que o vírus registrado na China possuiria características que impossibilitariam dele ter surgido em Wuhan. “As cepas com menos mutações devem ser a raiz filogenética para todos os Sars-CoV-2”, teorizam os autores no artigo. De acordo com eles, os coronavírus que passaram por menos mutações estariam mais próximos do vírus original. Os dados foram cruzados com vírus sequenciados em vários países.
Segundo os pesquisadores, o vírus encontrado em Wuhan não é a variante com menos mutações — há 41 outros que não passaram por tantas mudanças. “As informações geográficas das cepas com menos mutação e a diversidade delas sugerem que o subcontinente indiano pode ter sido o local onde o primeiro contágio humano-humano ocorreu”, escrevem os cientistas.