O gesto feito nessa sexta (29) pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) para congelar por 90 dias o valor do ICMS sobre combustíveis não acalmou os motoristas, que irão manter a greve no próximo dia 1°.
Para alguns dos líderes da categoria, o que está na pauta do movimento é a mudança da política de preços da Petrobras, não o imposto estadual.
Plínio Dias, presidente do CNTRC (conselho do transporte rodoviário de cargas), disse que passou o dia em busca de novas adesões. “Conversei com a categoria dos conteineiros, e os portos de Itajaí (SC) e Santos (SP) vão apoiar. Também estamos fazendo reuniões com motoristas de aplicativos e taxistas, que dependem do combustível para trabalhar”, afirma Dias.
Impasse
Mais de 70 lideranças se reuniram em um evento promovido pela Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomo e Celetistas, na quinta (28), e esvaziaram a agenda que a categoria tinha com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, para tratar de reivindicações do grupo, como o alto preço do diesel.
Para José Roberto Stringasci, presidente da ANTB (Associação Nacional do Transporte do Brasil), congelar o ICMS no patamar atual dos preços dos combustíveis é “tapar o sol com a peneira”. O caminhoneiro não vê perspectiva de mudanças após o prazo de 90 dias, e diz que a categoria busca uma solução definitiva.
Marcelo da Paz, representante dos caminhoneiros de Santos (SP), também afirma que nada mudou em relação aos preparativos para as manifestações do dia 1° após a medida do Confaz.
O objetivo do congelamento é a manutenção do chamado PMPF (Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final) nos níveis vigentes em 1° de novembro de 2021 até 31 de janeiro de 2022.