O governo Jair Bolsonaro estuda transformar o Museu Nacional – que teve parte do prédio e de seu acervo destruídos por um incêndio em setembro de 2018 – num centro turístico dedicado à família imperial que governou o Brasil até a proclamação da República, em 1889. O acervo científico do museu seria destinado a um anexo da propriedade.
A iniciativa é planejada por admiradores da monarquia de dentro e de fora do governo. O principal defensor na Esplanada é o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, próximo ao movimento monarquista. Ele realizou reuniões sobre o tema e destacou auxiliares para acompanhar o processo de reconstrução do museu com o objetivo de alterar sua finalidade.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e o Ministério do Turismo têm participado de articulações junto ao MEC (Ministério da Educação). O deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança, do PSL, descendente da família real brasileira, também é um dos impulsionadores.
A ideia do grupo monarquista é que o palácio de São Cristovão, antiga residência dos monarcas Pedro 1º e 2º, seja reconfigurado para abrigar um centro dedicado ao Brasil imperial. O argumento é que a reconfiguração teria apelo turístico e preservaria a memória histórica do país.
Uma supervalorização da monarquia é tema de apreço entre os conservadores aliados de Bolsonaro. Ernesto Araújo já fez diversas referências ao passado monárquico brasileiro, assim como Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação. À frente da iniciativa também está o superintendente do Iphan no Rio, Olav Schrader, ligado ao Movimento Brasil Real, pró-monarquia.