Milanez Neto, vereador e sobrinho-neto de João Pessoa, político que deu nome a capital paraibana, criticou a ideia de plebiscito para mudança do nome da cidade, polêmica que veio à tona novamente nessa quinta-feira (23) através da imprensa local. Ele lembra que não é a primeira vez que tentam essa alteração, destacando ainda que todas as tentativas foram fracassadas.
“Observem que o movimento que está surgindo agora não tem representatividade alguma. Não é da Assembleia Legislativa; da Câmara Municipal e muito menos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)”, ressaltou.
Em sua opinião, somente “a estupidez de quem não conhece a história do Brasil pode motivar iniciativas como esta”. Milanez argumenta que João Pessoa foi ministro do Supremo Tribunal Militar, eleito presidente da Paraíba e foi candidato a vice-presidente da República, na chapa liderada por Getúlio Vargas.
“Mais de 90 anos depois, o seu assassinato é até hoje o maior fato político da Paraíba no Século XX, também considerado um dos mais importantes do Brasil”, pontuou o vereador pessoense, ressaltando ainda que João Pessoa peregrinava entre as principais capitais do Brasil para receber homenagens e seu nome batizava ruas, avenidas e praças pelo país. “Nunca, em nenhum recanto deste país, alguém sugeriu mudar o nome de uma avenida ou uma praça que teve a honra de receber o nome de João Pessoa”, arrematou.
Entenda a polêmica
Na última quarta-feira (22), o advogado Raoni Vita protocolou um requerimento no Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) para a realização de um plebiscito com o objetivo de consultar a população sobre uma possível mudança no nome da Capital do Estado, João Pessoa.
Ele destaca que a Constituição Estadual da Paraíba, promulgada em 1989, determina a realização desse plebiscito, que nunca aconteceu.
“Durante os estudos que fiz para o mestrado, eu percebi que aqui na Paraíba nós temos na Constituição Estadual que o TRE-PB realizará consulta plebiscitária afim de saber do povo de João Pessoa qual o nome de sua preferência para esta cidade. Esse dispositivo constitucional nunca foi implementado na prática”, explicou.