O senador Jean Paul Prates (PT-RN) e o professor Maurício Tolmasquim, integrantes do grupo técnico de Minas e Energia da equipe de transição, marcaram para às 14h desta segunda-feira (28) uma reunião com a direção da Petrobras. O encontro, que será virtual, terá a participação o presidente da companhia, Caio Paes de Andrade, e demais membros da diretoria.
Segundo Prates, o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, determinou a suspensão de qualquer medida de caráter estrutural e estratégica na pasta até a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 1º de janeiro de 2023.
“O ministro, além de ter sido extremamente receptivo e cooperativo, nos informou que tomou a decisão de sustar ou suspender qualquer decisão de caráter estrutural ou estratégico, dentro do ministério, até a mudança de governo”, declarou o senador.
Contudo, o grupo técnico queria que a medida fosse estendida até a Petrobras. Mas, de acordo com o ministro, por ser uma empresa de sociedade mista, há diferentes procedimentos, e a solicitação deve ser feita diretamente a própria companhia. Então, Prates afirmou que ia pedir a mesma medida para a estatal.
O senador citou ainda que a Petrobras tem realizado venda de ativos, medida criticada por Lula. “Não quer dizer que necessariamente não haja venda de ativos no futuro, mas isso é uma reavaliação que vai caber, com muita parcimônia, tempo e tranquilidade, à nova gestão. Agora, ele [ministro] mesmo fez uma ressalva de que a Petrobras tem procedimentos específicos”, disse.
Prates afirmou na última quinta-feira (24) que a política de preços adotada pela Petrobras não é da estatal, mas sim do governo. Segundo ele, o presidente eleito poderá adotar algum “colchão de amortecimento” para que o preço pago pelo consumidor nos combustíveis seja menor.
O senador não deu detalhes de como a medida seria na prática, mas negou que vá haver controle de preços. “Essa política de preços não é da Petrobras. A política de preços é do governo. Vamos começar a separar bem essas coisas. A Petrobras vai fazer a política de preços dela, para os clientes dela, para o volume, qualidade de clientes, enfim, como qualquer empresa vende”, afirmou Prates.
“Quem vai dar a política de preços, em geral, para o Brasil, se vai ter alguma forma, algum colchão de amortecimento, conta de estabilização, preço de referência etc., sem absolutamente falar algo de congelamento, nenhum ato forte nesse sentido interventivo, é o governo brasileiro”, completou o senador.
A Petrobras adota o modelo de preço de paridade internacional (PPI), o que faz com o que o preço da gasolina, do etanol e do diesel acompanhe a variação do valor do barril de petróleo no mercado internacional.
Redação com R7