Uma enfermeira denunciou à Polícia Civil de Campina Grande que teria sido vítima de assédio moral, cometido por um médico, durante plantão no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA), nessa quarta-feira (18).
De acordo com o Boletim de Ocorrência, o médico teria chamado a mulher de incompetente, além de agredi-la verbalmente após o resultado de um exame ter dado incompatível com o mesmo feito por ele. O profissional ainda teria dito que “mandava no plantão” e que ficaria de olho aberto nela.
“Após mais de 30 anos na área da enfermagem, pela primeira vez fui assediada moralmente, ameaçada e coagida no exercício de minhas funções por um médico do mesmo turno de trabalho, na sala de parto, na frente de colegas de trabalho e pacientes. Não consigo mensurar a vergonha que sinto perante os meus colegas pelo que aconteceu no dia de hoje, e pelo constrangimento que nunca pensei em passar”, declarou a enfermeira.
Em nota, o ISEA afirmou que ofereceu apoio psicológico e administrativo para a enfermeira e vai abrir um Processo Administrativo Disciplinar para apurar o caso.
Confira a nota completa:
A direção do Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA) recebeu na manhã desta quinta-feira, 19, a denúncia de que uma enfermeira da unidade teria sido vítima de assédio moral cometido por um médico. Prontamente a maternidade ofereceu apoio psicológico e administrativo para a enfermeira e vai abrir um Processo Administrativo Disciplinar para apurar o caso.
O ISEA e a Secretaria de Saúde de Campina Grande repudiam veementemente quaisquer formas de assédio. A maternidade, inclusive, iniciou nesta semana uma série de ações que vão funcionar de forma contínua educando os profissionais com relação a questões jurídicas e psicológicas em torno do assédio. O Núcleo de Estágio, Pesquisa e Educação Permanente (NUPEP) realizou treinamento com as equipes durante o ano passado e agora todos os servidores estão passando pelas palestras.
Todo o esforço do ISEA neste trabalho de desconstrução do assédio e de fortalecimento outras práticas de humanização do atendimento e de melhoria nas condições de trabalho tem se convertido em melhores resultados nas relações interpessoais da instituição, dos funcionários entre si e destes com os pacientes. Este episódio configura uma exceção que será apurada com o devido rigor a fim de que não se reproduza.
A pasta compreende que há situações que geram estresse em função da própria natureza de algumas atividades como o trabalho em alas de cuidado intensivo, mas que isto não pode em hipótese nenhuma ser caracterizado como pretexto para a prática de atos de assédio.
Por fim, a Secretaria Municipal de Saúde reitera seu compromisso com a manutenção de um ambiente de trabalho salutar e uma atmosfera positiva, sobretudo visando ao cuidado com a saúde mental dos profissionais e dos cidadãos.