O embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, ironizou uma postagem do Ministério da Saúde (MS) que omitiu informações sobre a origem do IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) que chegou ao Brasil neste sábado (22) para a produção de 12 milhões de doses da vacina AstraZeneca contra a Covid-19.
Yang compartilhou um tuíte em que o MS mencionava “insumos do exterior”. Grifando a referência a insumos no exterior, ele escreveu “Confúcio disse, feito para amigos, fiel à sua palavra”.
Uma hora após o comentário irônico do chanceler, o Itamaraty fez uma postagem nas redes sociais com um agradecimento à Chancelaria da República Popular da China pelos “esforços na pronta liberação dos insumos”.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, respondeu agradecendo seu apoio “nesse momento de dificuldade sanitária” e afirmando que o ministério “espera ter sempre a sua parceria para essa e futuras ações”.
Alfinetadas
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e integrantes de seu governo insistem em ataques à China, atrapalhando as negociações para a liberação de insumos para a produção da vacina no Brasil.
Bolsonaro e seus aliados sugerem que o país asiático se beneficia economicamente da pandemia, supondo que a Covid-19 teria sido criada em laboratório. No início do mês, o presidente sugeriu que a China faz guerra biológica com o vírus.
“É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou por algum ser humano que ingeriu um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra?”, disse o presidente na ocasião. “Qual o país que mais cresceu seu PIB? Não vou dizer para vocês”, argumentou Bolsonaro.