Antônio Pereira de Lima, de 63 anos, foi enterrado há 50 quilômetros de distância da sua residência após o Hospital Pedro I, em Campina Grande, trocar seu corpo com o de outro paciente. Ele morreu na quarta-feira (10) em decorrência da Covid-19. Os familiares do falecido denunciam a troca de cadáveres e a prefeitura culpa um parente que reconheceu o corpo.
No dia 22 de fevereiro, Antônio Pereira deu entrada no Hospital Pedro I para tratamento da infecção causada pelo coronavírus, tendo alta no dia seguinte, sendo informado que seria tratado em casa com remédios. Dois dias depois, retornou a unidade hospitalar após agravamento dos sintomas, ficando internado no local, se comunicando com familiares através do celular.
Ao ser transferido para área vermelha, no dia 27 de fevereiro, o celular de Antonio foi devolvido aos parentes, pois o aparelho não poderia ser utilizado no ambiente. Entretanto, a família descobriu que ele estava intubado e em coma induzido. Na quarta (10), foram comunicados que o homem faleceu.
Quando chegaram no hospital, os familiares de Antonio descobriram que ele tinha sido enterrado pela família de Agostinho Alves dos Santos, que morreu no mesmo local, na cidade de Areial, no Agreste paraibano. A Prefeitura de Campina, por meio da Secretaria de Saúde, responsabilizou as famílias pelo reconhecimento do corpo de forma errada e informou que abriria sindicância para investigar o caso.
NOTA – Secretaria de Saúde de Campina Grande
A Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande traz esclarecimentos a respeito do episódio em que um familiar cometeu equívoco, ao fazer o reconhecimento do corpo de uma vítima da covid-19, no Hospital Municipal Pedro I.
A sobrinha do senhor Agostinho Alves dos Santos identificou o senhor Antônio Pereira de Lima como sendo o seu tio. A própria sobrinha assinou o termo de reconhecimento.
A Secretaria de Saúde reforça que o reconhecimento do corpo é um ato extremamente importante e de responsabilidade do familiar. A Secretaria acredita que a pessoa possa ter cometido o engano, em função do estado de emoção, ao reconhecer o corpo.
Para realizar o procedimento com segurança, a pessoa recebe Equipamentos de Proteção Individual e é acompanhada por um supervisor da unidade hospitalar.
A Secretaria de Saúde informa, ainda, que está tomando todas providências para que os corpos sejam entregues às suas respectivas famílias, para realização do sepultamento.
Por fim, a Secretaria se solidariza com os familiares e esclarece que vai abrir uma sindicância para apurar possíveis responsabilidades de servidores.