O presidente da República crê ser mais fácil tirar o pão da mesa do trabalhador brasileiro que ganha um salário mínimo do que tirar um pouco de cada profissional – seja ele do setor privado, do setor político ou do funcionalismo público.
Um estudo publicado no ano passado, por exemplo, apontou que o funcionalismo público no Brasil custa cerca de R$ 750 bilhões do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Se nesses próximos quatro meses houvesse também um acordo com a classe de descontar 10% dos salários de cada servidor, os governos federal, estadual e municipal pouparia R$ 12 bilhões. Fora os gordos salários dos políticos brasileiros.
Falando em político, uma exceção à regra ganhou notoriedade neste final de semana na Paraíba. O deputado estadual Chió anunciou a doação de 30% do seu salário para ajudar famílias de trabalhadores informais, durante a pandemia do coronavírus.
Isso deveria ser a regra e não a exceção. Todo o setor parlamentar e judiciário, principalmente, (seja ele federal, estadual ou municipal) deveria, nesse momento, abrir mão de uma pequena parte de seu salário pensando no bem de todos, com o objetivo de não deixar nenhum soldado para trás nessa guerra.
Mas infelizmente é mais “fácil” o trabalhador brasileiro abrir mão dos seus salários e, com sorte, receber o equivalente a um seguro-desemprego, sem nem ter certeza que vai manter o emprego depois do que haver um debate público da necessidade de cada um ceder um pouco para o bem do presente e do futuro desse país.
A atitude egoísta da reforma da previdência mais uma vez mostra sua cara no governo Bolsonaro.
E se o assunto é egoísmo, o brasileiro também não fica para trás. Nesse final de semana, um vídeo repercutiu em todas as redes sociais. Diante de consumidores ávidos por fazer estoque de alimentos em casa, um homem critica a falta de empatia com os demais que no momento ainda não receberam seus salário e aponta possível falta desses alimentos para essas pessoas. Veja o vídeo abaixo:
O fato é esse: precisamos nos ajudar enquanto temos tempo. Estamos num avião que está em queda livre, sem piloto e nosso egoísmo pode custar vidas – até mesmo a nossa.
Por Marayane Ribeiro