A ativista sueca Greta Thunberg, de 16 anos, foi eleita personalidade do ano de 2019 pela revista Time. A adolescente deu início a um movimento internacional de estudantes que pede medidas concretas para combater as mudanças climáticas.
A iniciativa rendeu uma campanha pelo Prêmio Nobel da Paz em 2019 — vencido por Abiy Ahmed Ali, primeiro-ministro da Etiópia. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que chamou a ativista de “pirralha” ontem, era um dos concorrentes ao prêmio.
Em uma sexta-feira de agosto de 2018, Greta faltou à aula para protestar contra as recentes ondas de calor e incêndios que afetaram o país. Ela se sentou em frente ao Parlamento da Suécia com um cartaz com os dizeres “Em greve escolar pelo clima”. O protesto inspirou jovens de todo o mundo a criarem mobilizações, sempre às sextas-feiras, para que as autoridades cumprissem as metas de emissão de gases causadores do efeito estufa. O movimento ficou conhecido como “Fridays for Future” (sextas-feiras pelo futuro).
Em discurso feito na ONU em setembro, Greta falou: “Vocês roubaram os meus sonhos e infância. Estamos no início de uma extinção em massa, e a única coisa que vocês falam é sobre dinheiro e o conto de fadas de crescimento econômico eterno. Como se atrevem?”. “Pirralha” Ontem, ao ser questionado sobre o assassinato de dois indígenas no Maranhão, o presidente Jair Bolsonaro chamou Greta de “pirralha”.
No domingo, a ativista afirmou que os povos indígenas do Brasil estão sendo assassinados por proteger florestas. “Os povos indígenas estão sendo literalmente assassinados por tentar proteger as florestas do desmatamento. Repetidamente.
É vergonhoso que o mundo permaneça calado sobre isso”, escreveu a jovem. A ativista respondeu de forma bem-humorada a Bolsonaro e colocou o termo utilizado pelo político brasileiro na descrição de seu perfil no Twitter. Além de Bolsonaro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também já criticou Greta e a chamou de “histérica”.
Personalidade do Ano 2018
Em 2018, quem ganhou o prêmio foram os jornalistas que enfrentaram perseguição, prisão ou assassinato por suas reportagens em uma reportagem que os estampava como “Os Guardiões e a Guerra da Verdade”. Os destacados em quatro capas diferentes foram: Jamal Khashoggi, colunista do Washington Post assassinado por suas críticas ao príncipe herdeiro da Arábia Saudita; Maria Ressa, editora do site de notícias filipino Rappler, que foi indiciada por sua cobertura crítica das políticas controversas de violência do presidente; Wa Lone e Kyaw Soe Oo, jornalistas da Reuters capturados em Mianmar enquanto investigavam um massacre de muçulmanos Rohingya; e a Capital Gazette, uma empresa jornalística de Maryland, alvo de um atirador que matou cinco de seus funcionários em um tiroteio em massa.