O Ministério Público Federal encontrou mais indícios de crime no contrato de compra de vacinas contra a Covid da empresa Covaxin. Uma planilha da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que detalha as reuniões com representantes de produtores de vacina contra a covid-19 contém um espaço em branco: o campo para informar os nomes dos participantes da reunião sobre a empresa.
A reunião ocorreu em 20 de janeiro deste ano entre a Precisa Medicamentos, intermediária do laboratório indiano no Brasil, e a Coordenação de Inspeção e Fiscalização Sanitária de Insumos Farmacêuticos, da Anvisa. O tema do encontro foi a “estratégia de certificação da Bharat Biotech, que produz a vacina Covaxin”.
Após as repercussões negativas do caso, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estuda cancelar o contrato.
Nota da Anvisa
A Anvisa publicou uma nota com os nomes dos participantes da reunião sobre a Covaxin e declarou que “a Diretoria Colegiada determinou apuração interna para saber porque a planilha divulgada através da LAI estava incompleta na data em que foi enviada ao veículo de comunicação que demandou a informação”. O texto diz ainda que “a lista de reuniões realizadas pela Agência com os laboratórios farmacêuticos foi integralmente enviada à CPI com todos os dados solicitados pela Comissão”.
Preços das doses
O Brasil contratou 20 milhões de doses da Covaxin a US$ 15 cada. É o maior valor unitário negociado pelo governo. A vacina da Pfizer, por exemplo, que usa uma tecnologia mais avançada que a Covaxin, foi comprada pelo Brasil por US$ 10 e US$ 12 a dose. Já a CoronaVac, do Instituto Butantan, custou menos de US$ 6 a dose. A compra da Covaxin também é a única que foi feita por meio de intermediários, e não diretamente com o fabricante.
Redação com UOL.