O governo Bolsonaro não é dos mais honestos e isso até o brasileiro mais bolsonarista do País já percebe há muito tempo. O escândalo na Câmara agora envolve o seu presidente, Arthur Lira (PP-AL), acusado de mais atos de corrupção.
O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) afirmou neste domingo (21) que entrou com representação na PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Eduardo Ramos.
A assessoria do parlamentar confirmou que a ação foi protocolada e trata sobre as supostas compras de votos que teriam ocorrido em questões tidas como prioritárias na Câmara, como a eleição de Arthur Lira e a aprovação da reforma da Previdência. Essas denúncias foram feitas pelo deputado federal Delegado Waldir (PSL-GO), ex-líder do PSL, ao The Intercept Brasil.
Assim, a representação de Valente denuncia “prática de crime de responsabilidade, de improbidade administrativa e outras irregularidades” de Lira e Ramos. “Para a eleição de Lira foram 10 milhões por deputado e ‘muito mais’ para os líderes de bancada, segundo Waldir.
Para votar a favor da Reforma da Previdência foram 20 milhões por deputado. É corrupção deslavada. Compra de votos com dinheiro público”, disse Valente pelo Twitter.
O deputado pediu também que uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) seja instaurada para apurar as denúncias feitas pelo ex-líder do PSL. “É um verdadeiro absurdo que o governo, em conluio com o centrão, articule o sequestro do orçamento da União em prol de seus interesses que se resumem em evitar impeachment e atacar os direitos dos ‘de baixo’ em prol do lucro dos ‘de cima'”, afirmou Valente.
Para o The Intercept Brasil, Waldir destacou o papel de Arthur Lira na distribuição dos recursos. Segundo ele, hoje o presidente da Câmara é quem define os rumos do governo, e não Bolsonaro. “Ele é quem carrega o governo. Quem manda no governo hoje é o Lira. Não é o Bolsonaro, é o Lira”, disse.
Segundo o deputado — que rompeu com Bolsonaro em meio à crise que levou o presidente a deixar o partido, em novembro de 2019 —, cada parlamentar recebeu o direito de destinar R$ 10 milhões para suas bases eleitorais pelo apoio à eleição de Lira.
Já pelo apoio à reforma da Previdência o prêmio foi maior: R$ 20 milhões. Ele conta ainda que líderes partidários recebiam o dobro dos demais. “Aconteceu na reforma da Previdência, na eleição do Lira [para a presidência da Câmara] e em mais uma [votação] que não me lembro”, disse Waldir. “R$ 10 milhões [por voto em Lira]. E na [reforma da] Previdência, R$ 20 milhões por parlamentar”, concluiu.