Pelo menos 43 inquéritos foram abertos por Conselhos Regionais de Medicina do país para investigar médicos que podem ter cometido infrações éticas ao prescrever ou divulgar o suposto tratamento precoce contra a Covid-19 ou outras terapias que são comprovadamente ineficazes contra a doença.
Somente no estado de São Paulo são 25 casos. No Rio Grande do Sul, dez casos. Na Bahia, oito casos. Ao menos em dois casos (SP e Bahia), os médicos investigados já sofreram interdição cautelar, ou seja, tiveram a licença para exercer a medicina suspensa temporariamente.
Embora a prescrição de remédios do chamado ‘kit covid’ tenha a permissão do Conselho Federal de Medicina (CFM), os profissionais podem ser punidos se divulgarem as drogas como garantia de cura ou se o tratamento causar efeitos colaterais. Drogas como a hidroxicloroquina e a ivermectina seguem sendo prescritas mesmo após estudos clínicos apontarem que elas não funcionam para a cura da covid.
Segundo o coordenador de comunicação do Cremesp, Edoardo Vattimo, a maioria das investigações abertas no conselho atingem médicos que propagaram de forma imprópria o suposto tratamento precoce contra a covid. “A prescrição desses remédios não leva a sindicância porque o parecer do CFM diz que isso é permitido. O que a gente investiga são situações em que são feitas promessas de resultados, garantia de cura, sensacionalismo”, disse.