Na sede da Embraer, Lula esteve ao lado do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, de outros ministros e autoridades. Ele enalteceu as empresas estratégicas do país e reiterou que, durante seu governo, o BNDES exercerá o papel que lhe cabe no desenvolvimento nacional.
“Eu vim aqui porque essas coisas não acontecem de graça. Não é sempre que o BNDES financia exportação brasileira. Não é sempre que o BNDES tem coragem de emprestar R$ 4,5 bilhões para financiar avião para uma empresa americana. Isso é decisão política. E a decisão política é tomada pelo governo”, enfatizou Lula, que recebeu do presidente e CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, uma jaqueta da companhia.
O presidente indicou que o BNDES continuará financiando exportações de produtos brasileiros para alavancar o desenvolvimento do país. “Nós vamos continuar financiando as exportações brasileiras, porque quando a gente financia a exportação brasileira, a gente está financiando emprego, salário e acúmulo de conhecimento tecnológico. E a gente está exportando inteligência, conhecimento, coisa de muito valor agregado, com gente muito especializada”, assinalou.
Além disso, falou de sua relação histórica com a Embraer. “Eu vinha à Embraer, desde que eu era metalúrgico no ABC, para fazer reuniões. Desde aquela época, ela era motivo de orgulho nacional. Todo país que se preza e se respeita tem coisas que são ‘imexíveis’. Como pode um país que tem uma empresa da envergadura da Embraer, a terceira maior do mundo, achar que pode vender esse patrimônio nacional?”, afirmou.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, enfatizou a importância das exportações da Embraer para a balança comercial do Brasil. Mercadante também elogiou a política externa profissional praticada pelo governo federal e as condições macroeconômicas proporcionadas pela gestão do ministro Fernando Haddad (PT-SP) à frente da Fazenda.
“Nós financiamos em real, mas a receita, quando volta, é em dólar. Toda a nossa exportação, a receita é em dólar […] é muito importante a gente exportar valor agregado e não só commodity. A Embraer é um símbolo da capacidade, da criatividade, do potencial do povo brasileiro”, reconheceu.
Soberania nacional
Mercante chamou de “inaceitável” a tentativa de entregar a Embraer à Boeing, ideia aventada pelos ex-presidentes Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), mas fracassada. “Hoje nós temos a Boeing aqui na porta da Embraer. Já levou 220 engenheiros da Embraer. A Justiça brasileira precisa tomar uma decisão sobre essa matéria, o Congresso”, alertou.
Em 2023, a Embraer entregou 181 aviões, sendo 64 comerciais, 115 jatos executivos e dois KC-390, de uso militar. Isso representa um aumento de 13% na comparação com 2022, quando a marca foi de 160 aparelhos.
A escalada nas vendas da Embraer está diretamente relacionada à política externa do governo Lula. Desde que assumiu, as viagens diplomáticas do presidente ao exterior renderam mais de 100 novos mercados aos produtos nacionais.
PT.