Após meses de investigação, habeas corpus concedidos e tornozeleiras eletrônicas aplicadas, duas das delações que eram bastante esperadas no âmbito da operação Calvário podem não acontecer mais. Isso porque Waldson de Sousa (ex-secretário de Saúde) e Gilberto Carneiro (ex-procurador) podem não ter muito o que acrescentar à investigação, que já conta com ao menos três delações premiadas de conhecimento público.
Possíveis delações já concluídas e assinadas por ambos foram especuladas, mas a pergunta é: se já estão prontas, por que ainda não saíram? Um dos motivos é a esperança de liberdade, provavelmente convencidos por aliados do ex-governador Ricardo Coutinho, com base na onda de concessões de habeas corpus que tomou conta da turma nas últimas semanas.
Como bem lembra Helder Moura, no período das tratativas, já se percebia como as informações que poderiam oferecer para elucidar o esquema criminoso desbaratado pela Calvário já não eram mais de desconhecimento dos investigadores. Nem mesmo aquelas que envolviam personagens do Judiciário, já devidamente delatados por Daniel Gomes da Silva, e até por Livânia Farias. Os dois, como se sabe, seguem usando tornozeleiras.