Nem Anitta foi capaz de salvar uma das edições mais promissoras do Prêmio Multishow, que entregou seus troféus nesta terça-feira (24) em uma noite repleta de pequenas falhas. O evento tinha tudo para dar certo: se mudou da Arena Barra da Tijuca para a Jeunesse Arena, ambas no Rio de Janeiro, com estrutura que abarcava mais luzes, mais telões e um palco ainda maior. Nas redes sociais, o canal de TV por assinatura fez uma cobertura massiva, com transmissões ao vivo que começaram ainda à tarde e um time de influenciadores digitais se revezando para “esquentar” o público para a grande festa.
A funkeira carioca era uma das principais atrações da noite e o anúncio da sua participação nutria no público a expectativa de que a grandiosidade da apresentação de 2016, na qual ela performou um medley com os maiores sucessos da carreira, se repetisse. Muita coisa mudou de lá para cá – Anitta foi catapultada para o mercado internacional, lançou mais uma série de hits e deu início ao projeto Check-Mate, com um clipe por mês -, mas o fogo da cantora de 24 anos não conseguiu ferver a premiação morna.
Apresentou a bossa nova Will I see you e tentou sustentar, sozinha no grande palco, a coregrafia de Is that for me em seguida. Chamou, em um dos pontos altos da performance, o balé cheio de diversidade com dançarinos plus sizes e com deficiência para Paradinha e encerrou com Sua cara, ao lado do DJ norte-americano Diplo (que pareceu não ter nenhuma utilidade na apresentação, exceto por dizer “Obrigado, Brasil” ao final) e Pabllo Vittar. Lamentavelmente, ela enfrentou um problema de figurino logo no começo, tendo parte do seio exposta, o que pareceu ter afetado todo o resto do número.
Mas não foi apenas Anitta. Com algumas exceções, como IZA, a apresentação solo de Pabllo Vittar e a parceria entre Karol Conka e Ludmilla, a maiora das performances da noite não empolgou. Luan Santana acertou em apostar em um estilo diferente, ocupando todo o espaço do palco em um medley de faixas da carreira, mas errou nos arranjos dados às canções, que misturavam sertanejo e música eletrônica e não combinaram com as efusivas explosões de fumaça e a chuva de papel picado – responsáveis por deixar o cenário sujo ainda na metade da noite. Ele levou os troféus de Melhor Cantor e Melhor Clipe TVZ e fez um discurso inspirado, apesar dos problemas técnicos com o microfone, sobre o poder da música, citando a bandeira levantada por Pabllo Vittar. Simone e Simaria cantaram Regime fechado e depois voltaram para cantar Loka (vencedora da categoria Música Chiclete) com Anitta, em uma estrutura montada do lado de fora do estúdio.
Uma das maiores apostas do Multishow pelo sucesso de Lady night, Tata Werneck foi uma das incumbidas de apresentar a premiação ao lado de Fabio Porchat. Ao contrário do esperado, os dois acabaram não emplacando boas piadas, além de não terem conseguido estabelecer uma linearidade muito clara entre uma apresentação e outra, ignorando quase que durante toda a noite os acontecimentos anteriores para prosseguir para a próxima atração. Contudo, o timing certeiro dos dois humoristas possibilitou a inserção de comentários que ajudaram a animar o evento para além do script superficial.
Confira a lista completa de vencedores:
Voto Popular:
Melhor Cantor
Luan Santana
Música Chiclete
“Loka” – Simone & Simaria part. Anitta
Fiat Argo Experimente
Pabllo Vittar
Melhor Show
Joelma
Melhor Grupo
Simone & Simaria
Melhor Música
“Sim ou não” – Anitta part. Maluma
Melhor Cantora
Anitta
Melhor clipe TVZ
Luan Santana
Melhor Cover da Web
Luísa Sonza – “Fica” (Cover Anavitória ft. Matheus & Kauan)
Superjúri:
Canção do Ano:
Chico Buarque – As Caravanas
Melhor Disco:
Letrux – Letrux Em Noite de Climão
Artista Revelação:
Rincon Sapiência
Disco – Melhor Capa:
Galanga Livre – Rincon Sapiência
Disco – Melhor Gravação:
Modo Avião – Lucas Santtana
Disco – Melhor Produtor:
Galanga Livre – Rincon Sapiência
Clipe – Melhor Direção:
Não Espero Mais – O Terno
Fonte: Diário de pernambuco