Uma denúncia numa rede social mobilizou diversos internautas entre a noite desta quinta (30) e a manhã desta sexta-feira (31). No twitter, Lorena Vieira acusou o banco Itaú de racismo ao afirmar ter sido vítima de preconceito ao tentar desbloquear um cartão e sacar R$ 1.500.
Segundo Lorenna, as funcionárias acharam “suspeitas” as movimentações financeiras em sua conta.
“Eu fui ao banco tirar um dinheiro e desbloquear um cartão, porque perdi cartão e o outro não chegou na minha casa. Eu tive que ir lá buscar. Chegando lá, deu que estava bloqueado. Aí elas (as funcionárias) começaram a falar ‘ah, o banco pode achar que é fraude, que você é laranja’ e me deixaram lá esperando”, denunciou.
Ela diz que foi tratada como criminosa e afirmou, ainda, que as funcionárias do banco não buscaram entender o que havia acontecido antes de chamarem a polícia.
“Ela (a funcionária) falou: ‘Só falta mais 15 minutinhos para o seu problema ser resolvido’. E aí chegaram os policiais. Eu fiquei revoltada na hora. Fiquei muito chateada, as pessoas ali devem achar que eu fui presa ou eu não sei. É uma vergonha, ridículo. Eu me senti ofendida. Segundo eles, eu sou fraude, laranja. Segundo eles, aquele dinheiro não era meu”, contou ela na noite desta quinta-feira, ainda muito abalada.
Em nota, o Itaú lamentou o ocorrido e se desculpou pelo transtorno. “O Itaú Unibanco esclarece que o procedimento adotado na agência é padrão em casos de suspeita de fraude, e não tem qualquer relação com questões de raça ou gênero. O objetivo era proteger os recursos de Lorenna de possível fraude, uma vez que já havia um bloqueio preventivo de sua conta corrente e era difícil identificá-la com o documento apresentado no caixa”, disse a empresa.
Resta-nos, como cidadãos e jornalistas, questionar se, por exemplo, o cliente em questão fosse branco, loiro e de olhos claros será que o “procedimento padrão” seria adotado? Como, por exemplo, Flávio Queiroz – acusado de ser laranja em um grande esquema de corrupção na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e que nunca foi abordado desta forma? Um depoimento de uma ex-funcionário bancário responde nossa pergunta:
Vale lembrar que a situação por enquanto não passa de uma denúncia, que precisa ser investigada antes de partirmos para o julgamento público do banco. Contudo, nos cabe sempre refletir sobre esse tipo de assunto.