O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou hoje que a Polícia Federal já identificou o hacker que invadiu computadores do STJ (Superior Tribunal de Justiça), bloqueando a base de dados dos processos em andamento e paralisando os trabalhos até a próxima semana. Bolsonaro ainda elogiou a atuação da PF e zombou do responsável pelo ataque, porém não deu mais detalhes a investigação.
“[Sobre o] Hackeamento do acervo do STJ: alguém entrou, pegou tudo, guardou e pediu resgate. É o Brasil. A Polícia Federal entrou em ação imediatamente, tive informações do diretor-geral da PF [Rolando Alexandre de Souza]. Já descobriram quem é o hackeador. O cara hackeou e não conseguiu ficar duas horas escondido?”, disse o presidente durante sua live semanal.
Além de apurar a invasão dos computadores do STJ, o inquérito policial instaurado hoje também investiga uma eventual relação entre o ataque e outros dois problemas que atingiram os sistemas oficiais do Ministério da Saúde e da Secretaria de Economia do Distrito Federal.
A investigação foi aberta a pedido do presidente do STJ, Humberto Martins. Também partiu dele a resolução suspendendo as atividades da Corte até o próximo dia 9. Desde então, os prazos processuais foram suspensos e todas as sessões de julgamento, virtuais e por videoconferência, foram canceladas.
Os ministros e assessores da Corte estão impedidos até mesmo de utilizar seus emails e fazer qualquer movimentação digital nos processos até o restabelecimento da segurança do tráfego de dados dos sistemas. Apenas decisões urgentes, como habeas corpus, pedidos de liminares e mandados de segurança, estão sendo tomadas manualmente.
Apenas ontem, 2.500 decisões monocráticas deixaram de ser concluídas e publicadas. Pelo menos 280 processos que seriam julgados de forma virtual e 126 casos que seriam avaliados em sessões colegiadas também foram paralisados.
UOL