Recebi a notícia de que um dos estupradores daquelas duas jovens dos Bancários foi preso pela nossa polícia e confesso que estou na dúvida entre feliz pela prisão e desconfiado com ela.
Soube que depois ele tentou suicídio e que também a polícia de Pernambuco prendeu o segundo suspeito. Estou aliviado como cidadão, mas continuo cismado como jornalista.
Soube também que o secretário de Segurança Pública da Paraíba, Cláudio Lima, teria comemorado com mais de 20 convidados o êxito das buscas.
QUEM PAGOU? O local escolhido foi o Coelhos bar, ironicamente nos Bancários, cujo prato individual não sai por menos de 40 reais e até agora eu não sei se quem pagou fomos nós os contribuintes ou o próprio Cláudio Lima, com parte pequena dos 60 mil reais que recebe por mês de salário.
Desde quando faz sentido, ou é conveniente, um batalhão de 20 pessoas, entre delegados e assessores graduados de um secretário de Segurança, comemorar a prisão de um estuprador com um almoço num restaurante caríssimo, cuja conta não saiu por menos de mil reais?
Minha alegria é que dois marginais saíram de circulação. Meu medo é que sejam bodes expiatórios e que morram antes de tirarmos a dúvida se são patos ou não.
Sim, pois sabemos que na cadeia estuprador é estuprado e desovado pelo código de honra da bandidagem.
Mas, dos males o menor. Torçamos e aplaudamos nossa força policial pela prisão, querendo que tenham acertado nas investigações e na prisão do marginal.
Só acho inadequada a comemoração, seja ela bancada pelo erário ou pelo secretário Cláudio Lima, a quem peço agora que apresente o patrocinador da festa de glutões.
UM BODINHO POR FAVOR! Prender bandidos para a política de segurança pública do governo da Paraíba deve ser regra, não exceção. Comemora-se o inusitado e elucidar crimes é o ofício obrigatório das forças de segurança. Afinal, são treinados e recebem para isso.
A não ser que na Paraíba prender bandido seja exceção e não regra?
Aí eu começo a desconfiar que, apesar de o Coelhos ser especialista em carne de coelho, mas ter carnes variadas e frutos do mar, Cláudio Lima e sua turma pediram bode ou pato aos garçons.
Será?