A repercussão negativa na mídia nacional da espetacularização de uma ação para prender os prováveis assassinos do cabo Ubirajara, em Patos, divide as opiniões na Paraíba.
É que muitos gostariam que o aparato de segurança do estado agisse assim de forma eficaz e ágil em todos os casos e não quando o corporativismo exige solidariedade.
Outros acham que a Polícia agiu certo, que tem que ser assim mesmo, que bandido bom é bandido preso ou morto, coisa e tal, e que esse coisa de direitos humanos inventaram para defender bandido.
O radialista Ivanildo Viana foi executado quando saiu do seu trabalho na rádio 100.5, em Santa Rita, e até hoje ninguém sabe quem foi.
Cito Ivanildo só para mostrar que quem não veste a farda da Polícia não recebe o mesmo tratamento nas investigações.
Entendo a dor e revolta dos colegas do cabo Ubirajara, que, para vingar o amigo, saíram em bloco para caçar os suspeitos. Entendo mais ainda a satisfação da família em saber que foi feito justiça de forma tão instantânea e da próxima vez que um marginal puxar a arma para um policial vai pensar duas vezes antes de matá-lo, pois as imagens do show da PM em Patos estarão repassando em sua cabeça.
Só que a justiça não pode ser feita com as próprias mãos e a PM não tem a prerrogativa de passar por cima das instâncias para vingar um colega de farda e expor como animais os, repito, ainda suspeitos da morte do cabo Ubirajara.
Mais grave foi o governador aprovar a ação que matou dois e quase deixou que outros fossem linchados pelas ruas de Patos.
E se forem apenas bodes expiatórios? RC será julgado junto com os policiais que mataram inocentes?
É essa a Polícia que queremos?