Conversei com o ainda vereador Hervázio Bezerra durante 19 minutos hoje na Câmara e me surpreendi com sua praticidade. Ele justifica tudo com sua formação Católica. “Eu imaginava que em meu coração não existia espaço para o perdão, mas descobri que há”, me disse logo no início da entrevista. Só faltou fazer o sinal da cruz.
Quis saber se era uma articulação recente ou se a sua aproximação com o prefeito Luciano Agra abriu uma janela para conversas esporádicas com o então candidato e agora governador Ricardo Coutinho e ele me disse que foi fiel ao projeto de Maranhão, mas quando perguntei se em sua consulta familiar teria conversado com a prima Fátima Bezerra, ex-primeira-dama, argumentou questões de foro íntimo para não responder.
O que mais me surpreendeu na entrevista com Hervázio foi como passou um apagador no estereótipo político que pintava do antigo adversário e que hoje é alguém em quem deposita toda sua confiança e carreira política. Hervázio foi da água para o vinho em um piscar de olhos.
Sobre Cícero ele ficou no muro como qualquer tucano quando abordei a hipótese de em 2012 ele ser candidato contra Agra.
– De que lado o senhor ficará? Do lado de quem lhe mantém deputado ou do lado do amigo e do partido? -, perguntei e percebi seu coração disparar.
– Isso ainda não aconteceu é futurologia… – respondeu, deixando nas entrelinhas transparecer que já fez opção por quem lhe ofereceu vantagens imediatas.
Cá pra nós, Hervázio segue a lógica da correnteza e como qualquer político ou jornalista venal, mudou o papel de parede e armou a sua barraca em um jardim de girassóis. Rei morto, rei posto. O que importa é a ração.