Em o “Teatro do Oprimido” Augusto Boal diz que a arte só faz sentido se estiver a serviço da libertação do homem, sinalizando, esclarecendo, denunciando.
Numa sociedade multifacetada nada sobrevive se não tiver um foco, um segmento intresssado e gerando demanda. Na comunicação não é diferente e quem pasteuriza sabe que corre o risco de ficar falando só no deserto, vítima da diversidade.
Se as classes são distintas e a mobilidxade social vem trazendo a base da piramide para o meio e o meio para o topo, como pode sociologicamente alguém querer impor a sua verdade como se todos estivessem dispostos a digeri-la como absoluta, irretocável e indivisível.
Que eu saiba só Deus é princípio, meio e fim. Há hoje na sociedade faixas de público querendo consumir verdades diferentes, teses variadas, conceitos multiplos.
Sendo assim, é burrice a hegemonia que a SECOM estadual deseja na mídia. Querer e financiar uma verdade incontestável vai gerar uma desconfiança de quem consome comunicação e está acostumado a ouvir os dois lados da notícia para tirar sua conclusão.
Todo mundo sabe que o govenador é um homem impetuoso e polêmico, sempre foi e sempre será. Aliás, só ascendeu até o topo por ser assim.
Era Ricardo Coutinho quem liderava as mais ousadas manifestações políticas, sendo o queridinho dos movimentos sociais durante mais de uma década. Onde havia conflito de interesses entre o estado e os segmentos lá estava Ricardo, o sindicalista, o vereador e o deputado estadual.
Se foram nessas provas de fogo que o governador foi forjado por que então fugir do principal embate de sua vida pública? Ricardo estava acostumado a ser bajulado pela imprensa numa pajelança que os escândalos agregados a sua carreira como gestor publico afastou e acendeu um fio de desconfiança: “ele é igual aos políticos tradicionais, sempre a espreita para tirar do erário público o que levariam anos para amealhar na vida privada”, agora pensam alguns que antes achavam que ele fosse a hóstia consagrada.
Que medo ele agora tem dos jornalistas a ponto de impor um alinhamento conceitual, amordaçamdo ou cooptando quem se opõe? O que ele deve para ter tanto medo do contraponto, da crítica, da opinião contrária?
Dito tudo que disse desde o lead, apelo a uma ponderação dos caciques dessa taba tabajarina. Que valor tem um João Gregório se todos se agacharem feito sapo as vontades e verdades de RC? O que Roberto Cavalcanti poderá fazer para continuar prosperando nessa Paraíba que lhe acolheu e deu tudo que hoje tem se o seu Sistema Correio for mais um a vestir laranja num laranjal? O mesmo recomendo ao empresário Eduardo Carlos, que acha que a Globo lhe basta e está arrodeado de gente que mais parece funcionário público concursado. Mesmo com o share do plim-plim, como você pode ser a cereja se niguém tiver coragem de fazer o bolo?
Por enquanto é carnaval e o povo tá em torpor, mas quando passar e todo mundo perceber que todos na mídia – a excessão é menor que 1% – estão no bisaco da SECOM o desconfiometro popular vai gerar um efeito colateral.
Afinal, toda unanimidade é burra. Na corrente inversa, em terra de cego quem tem um olho é rei.